Açoriano Oriental
BE e CGTP defendem atualizações salariais no setor privado nos Açores
O Bloco de Esquerda e a CGTP nos Açores defenderam hoje uma atualização das tabelas salariais no setor privado que acompanhe o aumento do salário mínimo, alegando que muitas pessoas vão passar a receber o vencimento mais baixo permitido
BE e CGTP defendem atualizações salariais no setor privado nos Açores

Autor: LUSA/AO online

"Gostaríamos que, este ano, ao aumento do salário mínimo e ao complemento regional do salário mínimo correspondesse uma verdadeira evolução e progressão salarial de todos os trabalhadores do setor privado", salientou, em declarações aos jornalistas, Paulo Mendes, colíder do BE/Açores, à margem de uma reunião com os dirigentes da central sindical CGTP, em Angra do Heroísmo.

Ainda sem uma proposta concreta, o BE admite apresentar uma iniciativa legislativa para que essa evolução salarial seja uma realidade no setor privado.

"Devíamos ir pela progressão automática tendo como referência a evolução do salário mínimo regional", defendeu Paulo Mendes, alegando que o salário mínimo se torna cada vez mais a regra, uma vez que quem ganhava pouco acima do salário mínimo não terá aumentos salariais.

Também Vítor Silva, coordenador da CGTP/Açores, considerou que é necessário criar um "mecanismo" que promova a atualização das tabelas salariais e a progressão na carreira profissional para conferir "dignidade aos trabalhadores".

O sindicalista salientou que mesmo nas áreas em que houve crescimento económico na região, como o turismo, não se registou um acompanhamento na melhoria das condições laborais dos trabalhadores.

"Quando nós sabemos que temos uma taxa de ocupação hoteleira de 75%, não podemos fazer um contrato de três meses, não podemos ter a mesma pessoa a fazer três e quatro funções", frisou.

A precariedade laboral é uma das principais preocupações da CGTP e do BE para 2016, mas, segundo Paulo Mendes, não se verifica apenas no setor privado.

O colíder bloquista acusou o poder local nos Açores de "abuso" dos programas de empregabilidade, alegando que deturpam os seus objetivos.

"A Câmara Municipal de Angra do Heroísmo tem neste momento 250 pessoas nessa situação, sem ter qualquer intenção de integrar aquelas que neste momento estão a desempenhar funções consideradas permanentes na autarquia", frisou, acrescentando que este problema é recorrente não só nas autarquias como na administração pública autónoma.

Paulo Mendes alertou ainda para o desemprego que será criado de forma indireta na ilha Terceira, em 2016, com a redução militar norte-americana na base das Lajes, considerando que a região e o Estado "não estão muito preocupados em arranjar uma economia de substituição, que permita fazer face no médio e longo prazo às dificuldades que serão vividas".

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