Autor: Lusa/AO online
Quem queira comprar apenas azeite genuíno deve optar pelas embalagens que anunciem conter um produto “virgem”, recomendou o presidente da Associação de Olivicultores de Trás-os-Montes e Alto Douro(AOTAD) durante um semanário subordinado ao tema “Novos Caminhos para o Olival e Azeite”, que decorreu na localidade de Santulhão (Vimioso). “Em Portugal, a palavra azeite está conotada com toda a fileira de produção. Quando se vê no rótulo [apenas] a palavra azeite, estamos a adquirir um produto de baixa qualidade, cuja composição é de 80 por cento de óleo vegetais e apenas 20 por cento de azeite virgem”, adiantou o dirigente da AOTAD. As embalagens de azeite puro, acrescentou, têm a referência “virgem” ou “extra virgem”. Em Espanha, exemplificou, aquilo que cá é designado apenas azeite, lá é chamado óleo de azeitona, para fazer a distinção. A designação usada em Portugal é “enganosa” e prejudica os consumidores, que “compram gato por lebre”, considerou António Branco. O produtor realçou que o azeite virgem “é o sumo da azeitona” extraído por métodos mecânicos, enquanto o óleo resulta do aproveitamento do bagaço (pele e caroços) da azeitona. Para acabar com a situação, deveria alterar-se a legislação, defendeu. Na região de influência da AOTAD, que engloba concelhos trasmontanos e durienses, “num ano regular são produzidos cerca 90 milhões de quilos de azeitona”, que originam 16 milhões de litros de azeite virgem e cinco milhões de litros de extra virgem.