Autor: Lusa/AO Online
"Preocupa-nos a diminuição da capacidade logística da empresa TMG (Transportes Marítimos Graciosenses), que vinha já revelando dificuldades insanáveis no âmbito do abastecimento da ilha do Corvo. A avaria, ocorrida ontem [terça-feira], do ‘Espírito Santo’, que é a embarcação que tem assegurado o abastecimento marítimo da ilha do Corvo, coloca ainda mais nuvens no horizonte", refere o representante do setor empresarial, João Pedras.
Num comunicado enviado às redações, o representante aponta que "episódios como a avaria da embarcação que habitualmente abastece o Corvo causam enorme preocupação", isto depois de "dois anos de inferno” para todo o setor empresarial da mais pequena ilha dos Açores" que esteve, por duas vezes, 50 dias sem abastecimento".
"Não existe nenhuma segurança em relação ao futuro. Queremos garantias e o Governo tem de as dar. É isso que se solicita. É isso que se exige", alerta João Pedras no comunicado.
Para o representante do setor empresarial no Conselho de Ilha do Corvo, os empresários locais "não aguentam mais tempo a má qualidade do serviço e a total incerteza em relação ao futuro".
"O setor está economicamente debilitado e incapaz de atravessar outro inverno de bloqueio e incerteza permanente", lê-se no comunicado assinado por João Pedras, que disse ter sido aprovado por unanimidade na última reunião do Conselho de Ilha "que o Governo Regional fosse informado do mau serviço que está a ser realizado pelos TMG no que concerne ao abastecimento regular da ilha" e a elaboração da informação"foi aprovada, por unanimidade".
Por isso, apela ao Governo Regional para "agir energicamente para restabelecer a confiança no âmbito dos agentes económicos da ilha do Corvo", alegando que os "TMG não têm capacidade para assegurar o serviço de abastecimento marítimo" da mais pequena ilha dos Açores.
"No inverno ocorrerá, novamente, o caos e será necessário ativar meios de socorro que representarão enormes despesas adicionais para a região. É por isso que não se compreende a passividade do Governo Regional nesta matéria. Não basta esperar as decisões judiciais. É preciso agir no âmbito de uma janela temporal que se está a fechar", sustenta o mesmo comunicado do representante do setor empresarial no Conselho de Ilha do Corvo.