Autor: Lusa/AO online
"Já foi comunicado que a partir do próximo verão o Governo americano deixa de comparticipar o arrendamento de casas fora da base", revelou, em declarações, acusando o comando de "desrespeito pelos esforços diplomáticos".
O Orçamento da Defesa norte-americana, aprovado na quinta-feira à noite, prevê que a estrutura atual da Base das Lajes seja mantida até que seja feito um "levantamento específico da eficácia" da base.
Roberto Monteiro considerou que a medida pode "dar tempo" às entidades que têm feito lóbi sobre a administração norte-americana, mas sublinhou a necessidade de "estancar" as medidas do comando militar norte-americano na Base das Lajes.
O autarca disse temer que estas "pequenas conquistas" iludam os portugueses, salientando que o impacto da redução militar na Base das Lajes não se limita ao despedimento de trabalhadores, estando também em causa empregos indiretos e a aquisição de bens e serviços na ilha Terceira.
Em agosto, as comissões de serviços do efetivo norte-americano na base passaram de dois para um ano e os militares deixaram de ser transferidos com familiares, o que abalou o mercado de arrendamento de casas na ilha Terceira.
Com o fim da comparticipação do arrendamento fora da Base das Lajes podem estar em risco mais cerca de duas dezenas de arrendamentos, segundo Roberto Monteiro.
Para o autarca, o adiamento agora conseguido é fruto do lóbi que tem sido feito pelos lusodescendentes com origens açorianas nos Estados Unidos e pelo embaixador português.
Roberto Monteiro considerou que o lóbi deve agora estar focado na procura de medidas de mitigação do impacto para a ilha Terceira da redução prevista.
Por sua vez, o presidente da comissão representativa dos trabalhadores portugueses na Base das Lajes, João Ormonde, salientou que "não está a ser discutida uma alteração ao plano em si", mas o adiamento permite ganhar tempo na tentativa de travar o processo.
Para João Ormonde, o relatório militar, sem o qual a redução não avança, "nunca poderá desmerecer a Base das Lajes", mas "pode apontar para soluções diferentes".
Nesse sentido, independentemente do relatório, o presidente da comissão considerou necessário que Portugal assegure os postos de trabalho como contrapartidas pela utilização da base portuguesa.