Autor: Lusa/AO Online
Os prémios 2012 distinguiram nove homens e uma instituição, a União Europeia (UE), e o predomínio norte-americano nas categorias científicas foi novamente evidente: cinco dos oito galardoados são originários dos Estados Unidos.
O programa oficial será dividido, como é habitual, entre duas cidades, Estocolmo e Oslo.
A capital norueguesa só acolhe os atos relacionados com o Nobel da Paz, o único galardão entregue fora da Suécia por desejo expresso do criador dos prémios Alfred Nobel (1833-1896), uma vez que a Noruega integrava na época o reino sueco.
Para hoje estão agendadas as conferências dos galardoados com os prémios Nobel da Medicina e da Literatura.
John B. Gurdon e Shinya Yamanaka, reconhecidos com o Nobel da Medicina “pela descoberta de que as células maduras podem ser reprogramadas para se tornarem pluripotentes", vão pronunciar as respetivas palestras no Karolinska Institute, na capital sueca.
O Nobel da Literatura, o escritor chinês Mo Yan, 57 anos, dará uma conferência na Academia Sueca.
A obra de Mo Yan foi reconhecida pelo “realismo alucinatório” que “funde contos populares, história e o contemporâneo", justificou em outubro passado a Academia Sueca, durante o anúncio do laureado.
No sábado será a vez dos prémios Nobel da Física, Química e Economia, o único que não foi instituído por Alfred Nobel e que foi fundado pelo Banco da Suécia em 1969.
O francês Serge Haroche e o norte-americano David Wineland conquistaram o Nobel da Física "por métodos experimentais inovadores que permitem medir e manipular sistemas quânticos individuais", enquanto os norte-americanos Robert J. Lefkowitz e Brian K. Kobilka foram distinguidos com o galardão da Química pelos "estudos sobre os recetores acoplados à proteína G".
O Nobel da Economia foi igualmente atribuído a dois norte-americanos, Alvin Roth e Lloyd Shapley, que reconheceu a sua investigação sobre os mercados.
As conferências estão agendadas para a Aula Magna, na Universidade de Estocolmo.
Ainda no sábado, o Konserthus de Estocolmo vai acolher o concerto Nobel, com o maestro alemão Christoph Eschenbach a dirigir a Real Orquestra Filarmónica de Estocolmo, com o violinista chinês-australiano Ray Chen como solista.
As cerimónias oficiais de entrega dos prémios estão agendadas para segunda-feira, dia 10, aniversário da morte de Alfred Nobel.
A primeira cerimónia vai decorrer em Oslo, no edifício da câmara municipal da capital norueguesa, com a entrega do Nobel da Paz à UE, o galardão mais polémico deste ano.
O Comité Nobel norueguês atribuiu no passado dia 12 de outubro o prémio Nobel da Paz 2012 à UE pelo seu contributo para a paz e a reconciliação, a democracia e os direitos humanos.
A escolha suscitou polémica, numa altura em que a UE enfrenta uma crise financeira que tem vindo a testar o espírito de solidariedade entre os países ricos do norte da Europa e os estados do sul endividados, submetidos a programas de austeridade.
A atribuição do galardão foi contestada por três Prémios Nobel da Paz, como foi o caso de Mairead Maguire, ativista pela resolução pacífica do conflito na Irlanda do Norte, e por várias organizações e forças políticas norueguesas.
O prémio será entregue aos presidentes do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, e do Parlamento Europeu, Martin Schulz.
Na cerimónia não estarão todos os 27 estados-membros da UE. Entre as presenças confirmadas estão o Presidente francês, François Hollande, a chanceler alemã, Angela Merkel, e o primeiro-ministro português, Pedro Passos Coelho. Um dos grandes ausentes será o primeiro-ministro britânico, David Cameron.
Poucas horas depois, os restantes galardões vão ser entregues numa cerimónia no Konserthus de Estocolmo. O dia termina com um banquete no salão Azul da câmara municipal da capital sueca.
Os prémios, atribuídos desde 1901, reduziram este ano a sua dotação financeira em 20% para oito milhões de coroas suecas (cerca de 930 mil euros).