Autor: Lusa/AO Online
Na data em que se comemora o Dia Nacional da Água, e aproveitando a realização do Conselho Nacional da Água, a associação quer levar até Jorge Moreira da Silva as preocupações sobre questões como o saneamento urbano ou tratamento de efluentes.
São “temas interligados” e que “têm todos de ser atacados ao mesmo tempo, porque são todos de grande gravidade”, explicou à Agência Lusa a vice-presidente da direção nacional da Quercus e coordenadora do grupo de trabalho da água, Carla Graça.
Em cada garrafa de vidro a Quercus não pede socorro, mas deixa sugestões e chama a atenção para problemas, como a baixa percentagem de população com acesso a águas residuais tratadas, 78 por cento, longe da meta dos 90 por cento que constava do Plano para o setor 2007-2013, diz a associação.
“Verifica-se também que algumas Estações de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) apresentam graves deficiências de tratamento, com os subsequentes problemas de poluição associados”, afirma a Quercus num comunicado, no qual pede a requalificação das ETAR existentes, a aposta em novas tecnologias e ETAR mais pequenas em caos que assim se justifique.
No tratamento de efluentes agropecuários e agroindustriais a garrafa da Quercus diz que “pouco ou nada foi feito até hoje” desde o documento estratégico para o setor de 2007. As descargas de efluentes agropecuários, diz, “são constantes, com grandes impactes na qualidade da água” dos rios e com possível risco para a saúde pública.
A associação tem também para o ministro outra garrafa sobre a eficiência hídrica, porque há um Plano Nacional para o Uso Eficiente da Água mas não há “progressos reais”, e outra ainda sobre a necessidade de garantir os caudais ecológicos e a conectividade ao longo de todos os rios.
Porque, como disse Carla Graça “tudo isto tem de ser tratado mas sem monitorização nada se consegue”, a última garrafinha vai com uma mensagem alertando para a falta de meios para monitorização dos recursos hídricos e fiscalização junto dos utilizadores.
O Dia Nacional da Água comemora-se em Portugal há 20 anos. Em março assinala-se também o Dia Internacional da Água, declarado pelas Nações Unidas. Um e outro destinam-se a chamar a atenção para a importância dos recursos hídricos e a necessidade de os conservar, preservar e proteger.