Açoriano Oriental
Artur Lima diz que executivo está coeso e saídas são "normais"

O vice-presidente do executivo açoriano, o centrista Artur Lima, defendeu que a coligação do governo (PSD/CDS-PP/PPM) está “coesa” e que a demissão do secretário da Saúde foi um processo “absolutamente normal”.

Artur Lima diz que executivo está coeso e saídas são "normais"

Autor: Lusa

“A coligação felizmente está muito estável, é uma coligação muito coesa. Isso não tem nada a ver. São dinâmicas normais de renovação, de pessoas que já não querem estar. É um processo absolutamente normal. Vejo isso com toda a tranquilidade e como um processo normal da democracia”, afirmou Artur Lima, em Angra do Heroísmo, quando questionado sobre a demissão do secretário regional da Saúde.

O titular da pasta da Saúde, Clélio Meneses (PSD), revelou no sábado que tinha pedido a demissão do cargo, por “razões exclusivamente políticas” e “divergências insanáveis”.

“Faço-o por razões exclusivamente políticas, assentes em divergências insanáveis e inultrapassáveis, evidenciadas em sucessivas ingerências no exercício do cargo para o qual fui nomeado, dificultando, quando não impedindo, o cumprimento da complexa missão de gerir o setor”, adiantou, numa declaração enviada à Lusa.

Questionado sobre a demissão de Clélio Meneses, o vice-presidente do executivo açoriano disse não ter qualquer reação a fazer.

“O senhor presidente do Governo é que tem a competência exclusiva, própria, de nomear e exonerar membros do Governo. Portanto, quem se irá pronunciar sobre isso, dentro da sua competência própria, é o senhor presidente do Governo”, apontou.

Perante a insistência dos jornalistas, Artur Lima acrescentou que as remodelações dos governos “são normais na democracia”.

“Não vejo qualquer problema nisso. São processos dinâmicos. Todos os governos têm remodelações. Não me lembro de nenhum governo nos Açores que não tenha [tido] remodelações”, frisou.

Em novembro de 2022, à margem da apresentação das conclusões do Conselho de Governo, o vice-presidente do executivo açoriano disse que os médicos não podiam “usar o dinheiro como moeda de troca para dispensar” a prestação de cuidados, considerando que tal era uma “violação grosseira” da ética.

“Os médicos devem ser bem remunerados, mas não podem usar o dinheiro como moeda de troca para dispensarem cuidados de saúde aos seus doentes. Julgo que isso é uma violação grosseira do juramento de Hipócrates, da ética e da deontologia”, afirmou na altura, a propósito de uma reivindicação de revisão do valores pagos pelas horas extraordinárias nos Açores. 

As declarações de Artur Lima levaram os médicos a exigir um “pedido de desculpa” e mais de 400 profissionais manifestarem indisponibilidade para realizar horas extraordinárias para além do limite legal das 150 horas, o que ameaçava colocar em causa o serviço de urgência do hospital de Ponta Delgada em dezembro.

Questionado sobre se assumia responsabilidade pelas “ingerências” referidas por Clélio Meneses, o vice-presidente do executivo açoriano afirmou que era responsável apenas pelas suas áreas de governação.

“Tenho trabalho suficiente todos os dias para me preocupar com as minhas áreas de governação. Sobre a entrada e saída, exoneração ou não exoneração, sobre opiniões alheias não tenho nada a dizer”, adiantou.

“Tenho tanto que fazer, que tomara ter tempo para tratar todos os dias das minhas coisas. As coisas dos outros membros do governo, de todas as áreas de governação, a eles dizem respeito”, acrescentou.


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