Autor: Nuno Martins Neves
Para o arqueólogo, avesso a extremismos, “nem de eliminar tudo, nem de preservar tudo”, o essencial é que deve ser feito o registo de espaços históricos como as fortificações. “Se for para destruir, quem o destruir terá de o assumir que o faz por um bem maior. Aquilo que costuma acontecer é que se destrói e ninguém diz nada a ninguém. O que não pode acontecer é destruir-se e não haver um registo prévio: se existir isso, a informação não se perde”.
Diogo Teixeira
Dias entende que é necessário registar, interpretar e dar novas vidas a
locais como o Forte do Tagarete. “Este espaço pode ser outra coisa
completamente diferente: pensou-se, há uns anos, num centro
interpretativo do ilhéu de Vila Franca do Campo”.
Para o arqueólogo, é importante que se devolva o espaço às pessoas, pois se assim não o for, “se deixarmos ao abandono haverá quem os tome. Nós encontramos seringas quando fizemos a limpeza da posição da metralhadora. E isso também não dignifica o espaço”.
Na sua opinião, há muito trabalho a fazer, nos Açores, no que toca às fortificações, mas é algo que não poderá depender exclusivamente do setor público. Essencial, diz, é os recursos das diversas entidades trabalharem em rede.
“Não nos serve
de nada ter um memorando ou um projeto se não o realizamos por falta de
recursos. Tendo em conta que há fortificações em praticamente todos os
pontos dos Açores, acho que seria uma excelente ideia as pessoas
sentarem-se à mesa, conversarem entre técnicos - porque os políticos vão
e vêm - e que se assumisse, por todas as forças políticas, a cultura
como uma perspetiva de continuidade, independentemente de quem esteja a
governar”.
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