Açoriano Oriental
Alertas sobre queimadas na Amazónia brasileira aumentam 25% de janeiro a julho

Os alertas de fogo usados para mapear a desflorestação da Amazónia no Brasil saltaram 25% no primeiro semestre do ano face o mesmo período de 2019, anunciou hoje o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).

Alertas sobre queimadas na Amazónia brasileira aumentam 25% de janeiro a julho

Autor: LUSA/AO online

O INPE, instituição científica ligada ao Governo brasileiro, faz o monitorização, por satélite, da floresta amazónica e de outros biomas do país.

Os alertas sobre desflorestação na maior floresta tropical do mundo atingiram uma área de 3.069 quilómetros quadrados, o número mais alto desde o início da série histórica desses dados, segundo o INPE.

O mês de junho, que marca o início da estação seca e dos incêndios na Amazónia brasileira, também atingiu o recorde de 1.034 quilómetros quadrados de desflorestação, um aumento de quase 11% na comparação ano a ano.

O Brasil é alvo de críticas constantes de muitos países e ambientalistas pela desflorestação em larga escala e os incêndios que assolam a floresta tropical todos os anos durante a estação seca.

O vice-presidente do Brasil, Hamilton Mourão, disse na quinta-feira que representantes de fundos internacionais de investimento condicionaram a sua participação em projetos ambientais no país a "resultados" no combate a destruição da floresta.

"Não é verdade que a floresta é destruída para produzir alimentos", disse o vice-presidente do executivo de Jair Bolsonaro, que coordena o Conselho Nacional da Amazónia.

O vice-presidente brasileiro afirmou ainda que investidores internacionais pediram resultados na área ambiental e frisou a intenção de tentar coibir a destruição da floresta.

"A ideia é que ao longo do mandato, com operações repressivas, consigamos gradualmente reduzir as ilegalidades, para chegarmos a um número de desflorestação aceitável", disse Mourão após o encontro virtual com investidores estrangeiros, em que participou, ao lado de vários ministros.

O Governo brasileiro tenta agora melhorar a sua imagem no exterior em relação à proteção da Amazónia e de povos indígenas, diante de críticas e alertas que tem recebido de investidores que estão preocupados com temas como o aumento da desflorestação e os incêndios na região.

Organizações ambientais têm denunciado o aumento de incêndios florestais durante a estação seca na Amazónia brasileira, que geralmente dura até setembro, após altas taxas de desflorestação atingirem a região no ano passado.

A Amazónia é a maior floresta tropical do mundo e possui a maior biodiversidade registada numa área do planeta, com cerca de 5,5 milhões de quilómetros quadrados, e inclui territórios do Brasil, Peru, Colômbia, Venezuela, Equador, Bolívia, Guiana, Suriname e Guiana Francesa (pertencente à França).


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