Autor: Lusa/AO Online
“Não se trata de uma competição para exigir medidas cada vez mais duras, que em seguida não aplicamos e nem controlamos. O importante é que apliquemos e controlemos as medidas que temos”, disse Lauterbach no seu discurso no Bundestag (câmara baixa do parlamento).
O ministro alemão expressou a sua convicção de que com uma aplicação "consistente" das medidas existentes e das que deverão ser aprovadas hoje no Bundestag será possível "reverter significativamente" até ao Natal a onda causada pela variante Delta do novo coronavírus.
“Temos que alcançar o maior êxito possível para que, pelo menos, possamos celebrar Natal e viajar para visitar os nossos entes queridos com segurança”, disse.
Lauterbach sublinhou que “não há tempo a perder” e garantiu que o novo Governo alemão quer realizar muito, mas “o primeiro objetivo” é “a proteção da população nesta crise de saúde”.
O desafio agora é "travar de uma vez por todas e de forma sustentável a onda agressiva da variante Delta", evitar uma nova onda da variante Ómicron e, a longo prazo, "proteger a população de sucessivas ondas".
O ministro alemão acrescentou que na situação atual, com uma incidência acumulada de 413,7 novas infeções por 100.000 habitantes em sete dias, a única alternativa ao encerramento de restaurantes e centros culturais é "que os não vacinados não tenham acesso" a estes locais, algo, disse, que ninguém gosta de fazer.
Mas além de limitar os contactos entre não vacinados e vacinados, com a consequente redução dos contactos em geral de não imunizados, deve-se “acelerar o índice de vacinação”, defendeu.
“Não podemos combater esta pandemia a médio prazo sem aumentar a taxa de vacinação”, alertou.
Até quinta-feira, 72,4% da população (60,2 milhões de pessoas) foram vacinadas, 69,4% (57,7 milhões) com as duas doses da vacina contra a covid-19, enquanto 21,3% (17,7 milhões) já receberam a dose de reforço.
Lauterbach garantiu que o novo Governo fará tudo o que estiver ao seu alcance para “acabar com esta crise o mais rápido possível”, mas lembrou que lutar contra a pandemia é tarefa de todos e sublinhou, neste sentido, a importância de trabalhar em estreita colaboração com a oposição parlamentar.
Após a votação no Bundestag, também hoje o Bundesrat (câmara alta) deve aprovar a modificação prevista na lei para a proteção contra doenças infecciosas, com a qual o novo Governo pretende introduzir, o quanto antes, a vacinação obrigatória para os funcionários de hospitais e lares.
Assim, o objetivo é que os funcionários de setores sensíveis estejam vacinados ou curados da doença até o dia 15 de março, ou que apresentem um atestado médico que documente os motivos pelos quais não é possível serem vacinados.
A médio prazo, a Alemanha quer implantar a vacina obrigatória para a população, previsivelmente a partir de fevereiro do próximo ano.
A
modificação da lei também dá mais margem de manobra aos Estados
federados para impor e prolongar medidas adicionais de contenção em caso
de uma elevada dinâmica de contágios.