Açoriano Oriental
Açorianos criam circuito artístico em Fall River com festival de arte Fabric

O festival Fabric leva, entre 25 e 28 de setembro, um circuito artístico a Fall River, nos Estados Unidos, numa iniciativa promovida pela Casa dos Açores, com curadoria de Jesse James, Sofia Carolina Botelho e António Pedro Lopes.


Autor: Lusa/AO Online

A primeira edição do Fabric Arts traz um circuito de filmes, concertos, exposições e intervenções artísticas em espaço público a Fall River, no estado de Massachussets (Estados Unidos da América), uma cidade com cerca de 90.000 habitantes, com uma grande comunidade portuguesa, predominantemente açoriana.


O projeto pretende “criar uma nova forma de experienciar Fall River através de um programa multidisciplinar que cruza tradições, espaços e pessoas”, explica a nota informativa.


A ideia partiu de Michael Benevides, empresário e vice-presidente da Casa dos Açores de Nova Inglaterra, que disse ter ficado “muito inspirado com o que o Walk & Talk e o Tremor têm feito nos Açores”.


Foi assim que chegou a Jesse James e Sofia Carolina Botelho, diretores criativos do festival de arte Walk & Talk, e António Pedro Lopes, codiretor artístico do festival Tremor, ambos realizados em São Miguel.


O objetivo é trazer para Fall River “este tipo de arte, o que passa nesses festivais, e um pouco dessa energia para a comunidade”, explicou Michael Benevides à Lusa.


“Na região entre Providence, Fall River e New Bedford existe uma cena artística que está a evoluir e nós queremos fazer parte disso. Fall River ainda está um pouco atrás, portanto, a ideia aqui também é dar nome a Fall River como destino de arte”, prosseguiu.


Surge, assim, o Fabric Arts, um festival que pretende ser uma plataforma de criação e mostra de arte contemporânea, através de um programa multidisciplinar que inclui artes visuais, música e cinema. A mostra é precedida por um período de residências artísticas, que permite aproximar a comunidade do processo criativo e criar colaborações entre os artistas convidados e artistas locais.


Este é um evento para “todos os que gostam de arte”, mas que está “muito ligado à maneira como se faz um festival nos Açores. O programa tem um ‘signature style’ (estilo próprio) de como se faz um programa nos Açores. Os curadores são açorianos, tem artistas açorianos. Não é só um festival de arte, mas também não é só um festival 100% açoriano, também tem artistas internacionais”, concretizou, sem adiantar ainda nomes.


Sobre a organização, o empresário que nasceu em São Miguel e emigrou para os Estados Unidos com apenas 2 anos afirma que nem sempre foi fácil, “porque é tipo uma relação a longa distância, não é sempre fácil comunicar”, mas garante que está muito feliz com o programa, “que só é possível por causa dos contactos da Sofia, do Jesse e do António”.


O festival pretende, também, “dar uma nova vida” a vários espaços, criando um diálogo entre a cidade e os projetos artísticos e explorando a herança industrial de Fall River.


“Um dos locais era uma antiga fábrica que foi convertida, hoje em dia é um centro de arte, o The Narrows Arts Center. Muitos portugueses como os meus pais trabalharam naquela fábrica”, contou o empresário. Mas ocupará também muitos outros espaços da baixa de Fall River, como o Gnome Create, o carrossel de Fall River, ou a Police Athletic League.

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