Açoriano Oriental
Açores/Eleições: Conselho de Ilha da Graciosa quer preparar o “turismo pós-pandemia”

Transportes, saúde, habitação e demografia são as principais preocupações do Conselho de Ilha da Graciosa para a próxima legislatura, mas o presidente deste órgão consultivo quer também preparar “o turismo pós-pandemia”.

Açores/Eleições: Conselho de Ilha da Graciosa quer preparar o “turismo pós-pandemia”

Autor: AO Online/ Lusa

“O que eu vejo que é mais imediato – estamos a falar de uma previsão para uma legislatura – será o reforço no setor da saúde (…), depois a economia e também tudo o que está subjacente, como o emprego e a habitação”, afirmou à Lusa o presidente do Conselho de Ilha da Graciosa, Vítor Mendes.

A menos de um mês das próximas eleições legislativas regionais, que decorrem em 25 de outubro, o presidente deste órgão adiantou à Lusa quais são as prioridades para a ilha Graciosa.

Num cenário atípico, mantêm-se os problemas estruturais da ilha, como as “questões de habitação” ou “questões demográficas naturais das ilhas mais pequenas”, onde o decréscimo e o envelhecimento da população se fazem sentir com mais premência, mas Vítor Mendes aponta também os “problemas sistémicos, que são os transportes, principalmente nas ilhas mais pequenas”.

Este órgão consultivo realça a importância de programas “de reabilitação de habitação degradada”, que “ajudam muito na capacidade de adquirir casas para os casais jovens” e que estão já a ser implementados a ilha.

No emprego, “há sempre muita dificuldade em recrutar mão-de-obra, sobretudo especializada”, alerta o representante dos empresários da Graciosa, afirmando que é preciso apoiar as “deslocações para cursos profissionais”.

Para a próxima legislatura, Vítor Mendes considera imperativo apostar “nos setores onde a Graciosa tem mais vantagem competitiva, embora muita coisa se possa alterar” depois do surto pandémico.

O turismo é “um dos setores económicos que estava com pujança e com mais crescimento nos Açores”, aponta.

“Tudo indica que vai continuar e que até, provavelmente, se vai falar mais, porque já temos algum ‘know-how’ e estamos a ter uma certa pausa para rever e reponderar o que tem de ser feito melhor”, defende o empresário.

Vítor Mendes reconhece que o que aí vem “vai ser o turismo pós-pandemia” e que, na “conjuntura internacional”, “alguma coisa se há de alterar, mais que não seja a capacidade económica dos países”.

Mesmo assim, acredita que, “quando houver uma retoma, é quase garantido, se é que pode haver garantias nesta altura, o turismo vai ser melhor trabalhado nos Açores”.

Para a Graciosa, nos próximos quatro anos, “é preciso não descurar os investimentos que estavam previstos”, como as obras “no aeródromo, na aerogare e, futuramente, o alargamento da pista”, a gare marítima e o núcleo de recreio náutico da zona da Barra, “projetos que estão propostos e aceites pelo Governo”, lembra o presidente do Conselho de Ilha da Graciosa.

Os Conselhos de Ilha são órgãos consultivos, que juntam representantes de diversos setores da sociedade civil para promover a “pluralidade democrática”, lê-se no decreto legislativo que os regula.

Deles fazem parte autarcas, representantes empresariais, das pescas, da agricultura, de instituições particulares de solidariedade social, de sindicatos, associações ambientalistas, associações de defesa da igualdade de género e da Universidade dos Açores.

Estes órgãos contam ainda com um membro do Governo Regional, que não tem direito a voto, e neles podem participar os deputados eleitos pelo respetivo círculo de ilha ou pelo círculo regional de compensação, também sem direito a voto.

O Governo Regional dos Açores reúne com cada um dos Conselhos de cada uma das nove ilhas do arquipélago, pelo menos, uma vez por ano.

Este ano, oito forças políticas lutam, no círculo de ilha, para preencher três das 57 cadeiras do hemiciclo. A nível regional, são 13 os partidos e movimentos que se apresentam a este sufrágio.

Em 2016, a Graciosa foi responsável pela eleição de dois deputados socialistas e um do PSD.

Na altura, o PS venceu as eleições com 46,4% dos votos, o que se traduziu em 30 mandatos no parlamento regional, contra 30,89% do segundo partido mais votado, o PSD, com 19 mandatos, e 7,1% do CDS-PP (quatro mandatos).

O BE, com 3,6%, obteve dois mandatos, a coligação PCP/PEV, com 2,6%, um, e o PPM, com 0,93% dos votos expressos, também um.

O PS governa a região há 24 anos, tendo sido antecedido pelo PSD, que liderou o executivo regional entre 1976 e 1996.



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