Açoriano Oriental
Eleições Regionais
Abstenção - Dos 23 por cento em 1980 para o dobro em 2004
 A duas semanas das eleições para o Parlamento açoriano, os partidos concorrentes debatem-se com um adversário comum: a abstenção, um fenómeno que levou, em 2004, quase metade dos eleitores a ficarem em casa no dia do sufrágio.

Autor: Lusa/AO online
Nas últimas legislativas regionais, que reforçaram a maioria absoluta do PS/Açores de Carlos César, a abstenção atingiu os 44,77 por cento, depois de 85 mil eleitores, dos cerca de 191 mil inscritos, terem optado por não irem às urnas.

    Esta foi a segunda maior taxa de abstenção de sempre em eleições para a Assembleia Legislativa Regional, só superada pelo sufrágio de 2000, quando 46,7 por cento dos inscritos não votaram, o que correspondeu a pouco mais de 88 mil açorianos.

    Valores que contrastam com os das primeiras eleições para escolher os deputados regionais, que apresentaram taxas de abstenção substancialmente mais reduzidas.

    Em 1976, ano que deu a primeira vitória ao PSD de Mota Amaral, 32,4 por cento dos eleitores não foram às urnas, uma taxa que baixou para os 22,98 por cento nas eleições seguintes, realizadas em 1980.

    Desde então, a abstenção tem vindo a oscilar sempre à volta dos 40 por cento nos actos eleitorais para a Assembleia Regional, caso de 1984 (37,65 por cento), 1988 (41,15 por cento), 1992 (37,85 por cento) e 1996 (40,83 por cento).

    A 19 de Outubro, cerca de 191 mil açorianos vão poder escolher, novamente, os seus representantes nas nonas eleições que se realizam para a Assembleia Legislativa Regional dos Açores.

    A nível histórico, o PSD/Açores lidera o “ranking” no arquipélago com vitórias em cinco eleições, entre 1976 e 1992, executivos sempre liderados pelo “histórico” social-democrata João Bosco Mota Amaral.

    Em 1996, o PS de Carlos César inverteu a supremacia eleitoral dos sociais-democratas, com a primeira vitória para os socialistas, apesar dos dois partidos terem eleito o mesmo número de deputados (24).

    Nestas eleições, o PS apenas conseguiu 45,82 por cento dos votos, contra os 41 do PSD/Açores.

    Quatro anos depois, Carlos César consegue a sua primeira maioria absoluta (49,20 por cento), elegendo 30 dos 52 deputados regionais, e deixando o PSD com apenas com 32,48 por cento de votos, equivalentes a 18 mandatos.

    Já nas últimas regionais, o líder dos socialistas açorianos aumenta o resultado para os 56,97 por cento (31 deputados), enquanto que a coligação PSD-CDS/PP ficou-se pelos 36,84 por cento e 21 deputados.

    A vitória eleitoral mais expressiva continua, porém, nas mãos do PSD/Açores, quando, em 1980, chegou aos 57,35 por cento dos votos, o que permitiu ao partido ter 30 deputados regionais, contra os 12 do PS e um do CDS.

    Os resultados eleitorais de 2004 deixaram a Assembleia Legislativa Regional, sedeada na cidade da Horta, apenas com os grupos parlamentares do PS e do PSD, com um deputado do CDS/PP e um parlamentar independente.
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