O zunir do pião, o ressoar das miniaturas de carroças dos bois em madeira, das vacas feitas em carrilhos de milho, das corridas em carros de roda de esfera, das rifas que se faziam nas ruas, dos engenhos agrícolas que nos transformavam em verdadeiros agricultores, do jogo das pedrinhas que gerava competições, dos barcos de papel que navegavam por mares improvisados, das bonecas de trapo e as loucinhas de barro, nas quais se improvisavam sopas que alimentavam famílias criadas no imaginário de uma criança, dos malabarismos no salto à corda e arco, serão algumas das “brincadeiras” populares de outrora que poderão ser apreciadas e recordadas neste novo espaço comunitário.


Esta exposição tem uma dupla funcionalidade em que, por um lado, se assume como um recurso que recorda, através do brinquedo, as histórias de crianças, as tradições, as raízes e heranças culturais e, em geral, a cultura popular, sendo, por outro lado, a garantia de que o passado é um grandioso património que deve ser preservado no presente e salvaguardado no futuro junto dos mais novos.

De acordo com nota enviada à comunicação social, esta mostra resulta da pesquisa bibliográfica e centra-se na categorização de João Amado, "importante pedagogo e especialista na área do brincar em Portugal, sendo igualmente fruto de uma recolha de testemunhos orais na ilha de S. Miguel, feita a pessoas com idade superior a 44 anos e naturais do concelho de Lagoa, Nordeste e Ponta Delgada".

A exposição resulta de uma organização da Biblioteca Municipal Tomaz Borba Vieira, contando com a edição da Câmara Municipal de Lagoa e será inaugurada simultaneamente com este novo centro comunitário.

De referir ainda que a exposição "A cultura do brinquedo popular - património da infância" estará patente no centro comunitário Padre João Caetano Flores, na Ribeira Chã, até ao próximo dia 2 de dezembro, passando depois a ser itinerante, percorrendo diversos locais do concelho de Lagoa, designadamente a Biblioteca Municipal Tomaz Borba Vieira.