Autor: Rui Jorge Cabral
Foi recentemente constituída em Portugal a Rede de Municípios com Qualidade de Vida, um projeto do Instituto de Tecnologia Comportamental (INTEC) com o objetivo de monitorizar a qualidade de vida e oferecer soluções adequadas aos cidadãos.
Conforme refere em nota de imprensa o INTEC, uma associação sem fins lucrativos de cariz científico-tecnológico, são apenas nove os municípios fundadores desta rede: Lagoa (Algarve), Vila Nova de Famalicão, Arronches, Pombal, Vila Nova de Gaia, Condeixa, Trofa, Vila Verde e Velas, sendo este último o único concelho dos Açores a integrar a rede.
Conforme explica em declarações ao Açoriano Oriental o presidente da Câmara Municipal das Velas, Luís Silveira, o município jorgense aderiu a esta rede para poder “poder aferir de forma mais técnica a qualidade de vida dos nossos cidadãos” num trabalho realizado em dois momentos.
Primeiro, explica
Luís Silveira, “será feita uma auscultação à população e um diagnóstico
do concelho no seu todo, em termos sociais, económicos e culturais,
para se perceber que qualidade de vida têm os cidadãos do Concelho das
Velas, mas também o que são os seus anseios e as suas opiniões para a
melhoria da qualidade de vida”.
Depois e com base nesse diagnóstico,
“será definido o caminho a percorrer para que as Velas possam ser um
concelho onde cada vez mais se gosta de estar e viver e com qualidade de
vida para os seus cidadãos nas mais variadas vertentes”.
Luís
Silveira reconhece, contudo, que o Concelho das Velas e a ilha de São
Jorge em particular sofrem o “flagelo da demografia”. Por isso,
acrescenta, “precisamos perceber o que temos que fazer para conseguir
trazer e fixar mais pessoas na nossa terra” e daí a importância da
integração das Velas na Rede de Municípios com Qualidade de Vida, “onde
iremos partilhar a informação entre todos e onde iremos beber da
informação de outros, que encontraram soluções ao longo do tempo”.
Questionado sobre como define, de uma forma empírica, a qualidade de vida no Concelho das Velas, Luís Silveira afirma que esta qualidade de vida expressa-se, no seu entender, no facto de “vivermos num lugar paradisíaco, num lugar seguro e num meio onde ainda as pessoas se conhecem pelo nome, se cumprimentam no dia-a-dia e onde os vizinhos ainda conversam de porta a porta”.
Um modo de vida que precisa, no entanto, ser complementado “com uma série fatores que são determinantes para uma família se fixar” no Concelho das Velas, desde logo “a habitação, o emprego, a saúde, a educação, a cultura, a menor carga fiscal, a rede viária ou a qualidade do abastecimento público de água e da recolha de resíduos, entre outros fatores”, refere Luís Silveira.
O autarca das Velas conclui afirmando esperar que nos próximos seis meses o município já possa ter o diagnóstico feito e um projeto de desenvolvimento das medidas para a qualidade de vida a implementar já a partir de 2024.