Vasco Cordeiro aceita indigitação de Passos mas critica coligação PSD/CDS

O dirigente socialista Vasco Cordeiro afirmou hoje compreender a decisão do Presidente da República de indigitar Pedro Passos Coelho para formar Governo, mas criticou a ausência de iniciativa da coligação PSD/CDS para um consenso com o PS.


Vasco Cordeiro, também presidente do Governo Regional dos Açores, falava à entrada para a reunião da Comissão Política Nacional do PS, na qual o secretário-geral do PS, António Costa, apresentará aos dirigentes socialistas o ponto de situação das conversações que tem mantido com as restantes forças de esquerda para procurar formar um executivo alternativo ao da coligação PSD/CDS.

"Vamos ver o que é dito na reunião da Comissão Política Nacional do PS", respondeu Vasco Cordeiro, após ser questionado sobre a intenção do PS de formar um executivo, tendo suporte parlamentar do Bloco de Esquerda e do PCP.

Vasco Cordeiro apontou depois que, nas eleições legislativas, o PS venceu na Região Autónoma dos Açores e a coligação PSD/CDS venceu a nível nacional.

"Portanto, quem deve ser convidado para formar Governo foi quem venceu as eleições e foi isso que o Presidente da República fez hoje, indigitando o líder do PSD [Pedro Passos Coelho]. Mas quem não tinha a apoio maioritário no parlamento tinha a obrigação de se ter mexido - e não o fez, como deveria ter feito", advertiu.

Na perspetiva do presidente do Governo Regional dos Açores, por responsabilidade da coligação PSD/CDS, é pena que se esteja nesta situação muito por culpa dessa postura de esperar sentado, aguardando que os outros partidos lhes fossem prestar vassalagem".

"Ora isso não funciona assim, até porque estão numa situação minoritária", afirmou ainda em alusão ao alegado comportamento de sociais-democratas e centristas.

Perante os jornalistas, Vasco Cordeiro recusou-se sempre a comentar um eventual Governo de esquerda.

"Logo na noite das eleições disse de forma clara o seguinte: A vontade do povo foi clara e quem deve formar Governo foi quem venceu [PSD/CDS] - coisa que aconteceu hoje, quanto a mim, de forma correta", declarou o presidente do Governo Regional dos Açores.

Vasco Cordeiro adiantou que na própria noite das eleições "também disse que, quem venceu as eleições, sem ter apoio maioritário no parlamento, tem a obrigação de se mexer e trabalhar para construir consensos".

"Infelizmente, parece-me que isso não foi feito por parte de quem teve mais votos", insistiu.

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