Açoriano Oriental
Universitários com Covid-19 no continente queixam-se de falta de apoio

Cabe às Autoridades de Saúde do continente acompanharem estes casos, mas o seguimento está a falhar e estão a dar informações erradas

Universitários com Covid-19 no continente queixam-se de falta de apoio

Autor: Paula Gouveia

A Linha de Saúde 24 está a informar alunos açorianos deslocados no continente, com manifestação de sintomas de Covid-19 ou que são contactos próximos de casos positivos, que serão contactados pelo Centro de Saúde onde estão inscritos, quando são utentes dos centros de saúde dos Açores e estes não têm acesso a informação sobre quem é sinalizado e testado no continente ou sobre os seus resultados.

“O grave problema é que não estão a ser acompanhadas”, explica Cristina Fraga, mãe de duas alunas universitárias. “Tenho uma filha a estudar no Porto e outra em Vila Real. Fizeram teste de despiste à Covid-19 na terça-feira passada, e só souberam o resultado na quinta-feira seguinte pelo delegado de saúde de cá”, depois deste ter contactado, em articulação com a Direção Regional de Saúde, e na sequência de contactos dos pais das estudantes em causa, as autoridades de saúde do continente para que lhe fossem transmitidos os resultados dos testes. Segundo esta mãe, há mais alunos açorianos em situação semelhante.

Cristina Fraga explica que as suas filhas “não tiveram qualquer contacto do centro de saúde da área onde residem no continente” até ao momento em que informaram as respetivas universidades de que estavam positivas mas não estavam a ser acompanhadas pelas Autoridades de Saúde e não tinham qualquer declaração para justificar as faltas. Só então é que foram contactadas, tendo-lhes sido dadas indicações de como proceder, e enviadas por email as declarações destinadas a justificar as faltas junto dos estabelecimentos de ensino superior que frequentam. Sendo que todas as tentativas de contactar os respetivos centros de saúde do continente foram sempre infrutíferas, porque os telefonemas não são atendidos.

Contactada a Secretaria Regional de Saúde, esta adiantou que “os procedimentos para rastreio à SARS-CoV-2 e abordagem dos casos suspeitos ou confirmados de infeção são diferentes em território continental e nas Regiões Autónomas”, e as próprias “plataformas que dão suporte a esse processo também são diferentes”. Deixando, deste modo, claro que, “cabe às autoridades de saúde do território continental português fazerem rastreio e vigilância dos seus casos suspeitos ou confirmados, do mesmo modo como cabe às autoridades de saúde da Região Autónoma dos Açores fazer o rastreio e a vigilância dos contactos que estão no seu território”.

Contudo, a secretaria regional confirma que, “no caso reportado, foi necessária articulação entre as estruturas regionais e as autoridades de saúde do continente”, acrescentando que “esse apoio será dado sempre que necessário”.

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