Autor: LUSA
"Não recebi até agora qualquer informação sobre pessoas mortas pela polícia, mas em contrapartida diversos agentes foram feridos durante os motins", declarou o oficial às agências oficiais Isna e Fars.
Segundo Rajabzadeh, "a polícia não fez quaisquer disparos e os membros das forças (que estão a controlar as manifestações) não transportam consigo armas de fogo".
Organizações da oposição ao presidente Mahmud Ahmadinejad denunciaram hoje pela Internet que a polícia matou quatro pessoas durante os protestos, contra os quais os agentes utilizaram bastões e gás lacrimogéneo contra os manifestantes.
Dezenas de milhares de manifestantes invadiram simultaneamente diferentes pontos da avenida Enghelab, enfrentando as forças de polícia, segundo testemunhos recolhidos pela agência France Presse.
Os manifestantes atearam numerosas fogueiras para retardar os assaltos dos polícias, aos quais lançavam pedras, erigindo barricadas em alguns sítios.
"Lutaremos, morreremos, mas libertaremos o Irão", lia-se em cartazes empunhados pelos manifestantes, que gritavam acusações contra o regime no poder e contra o presidente Ahmadinejad.
As poucas informações sobre os incidentes estão a ser divulgadas pelos próprios iranianos através da Internet, uma vez que a imprensa internacional está proibida de trabalhar na rua e de fazer cobertura jornalística das manifestações da oposição ao regime.
As manifestações que hoje voltaram a agitar Teerão, com choques entre a polícia e milhares de manifestantes, seguem-se a idênticos protestos no sábado.
Os manifestantes gritavam "morte ao ditador", referindo-se a Mahmud Ahmadinejad, cuja controversa reeleição presidencial em Junho passado é contestada pela oposição iraniana.
A oposição convocou as manifestações na capital para coincidir com o Tassua e Achura, dois dias de luto religioso do Islão em que a população sai às ruas para venerar a memória do imã mártir Hossein, figura central dos xiitas.