Autor: Rafael Dutra
A greve dos trabalhadores de terra da SATA marcada para amanhã, dia 13 com duração de um mês, até 13 de outubro, pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Aviação Civil (SINTAC) irá persistir se a SATA não chegar hoje a um acordo com este sindicato, em reunião que conta também com a presença do Sindicato do Trabalhadores de Aviação e Aeroportos (SITAVA).
No que diz respeito às reivindicações do SINTAC, o vice-presidente deste sindicato declara, em declarações ao Açoriano Oriental, que não irá abdicar da valorização do vencimento base dos trabalhadores nestas negociações com o Conselho de Administração da SATA, uma vez que é algo que considera ser imprescindível.
“Nós não abdicamos de uma valorização efetiva do vencimento base. A empresa [SATA] tem insistido que essa valorização tem que ocorrer num complemento que só é pago 11 meses ao ano, que não incrementa algumas outras partes da nossa base salarial, e que também não se aplica aos reformados”, explica Filipe Rocha, que discorda dessa proposta por parte da SATA.
O dirigente sindical adianta que, quando são aumentadas “parcelas variáveis de rendimento ou parcelas que não são do vencimento base”, está apenas a ser criado um “artifício” em que é dado dinheiro, mas em que ele “só é pago às vezes”, algo que não é o que o sindicato pretende.
“O que nós queremos é uma valorização da tabela porque ela está altamente desvalorizada, por força do aumento do ordenado mínimo e pelas circunstâncias que todos conhecemos da inflação, os nossos ordenados têm tido uma desvalorização considerável. E, entendemos que este é o tempo de pedir uma reposição dessa valorização”, defende o vice-presidente do SINTAC.
Questionado sobre a reunião que ocorrerá hoje, Filipe Rocha afirma que o SINTAC pretende “um bom acordo”, e indica que tem a “certeza” de que “não será rejeitado por nenhum trabalhador”.
Além disso, e tendo em conta que nesta reunião estará também presente o SITAVA - que negociou um acordo com a SATA em julho -, o SINTAC refere que “não se perceberia que algum outro sindicato pudesse por objeções a um outro acordo que fosse melhor”.
“Não estamos à espera de ter, do lado desse ou de outro qualquer sindicato, rejeição a um acordo que, na nossa perspetiva, é melhor e, por isso, é que estamos a lutar para este acordo, que é melhor do que aquele que foi feito”, sublinhou.
Relativamente à greve, o dirigente sindical do SINTAC diz que foram criadas “condições para que os trabalhadores possam aderir em momentos” que consideram ser “estratégicos”, que possam ter “implicações na operação [da SATA]”.
Não obstante, e apesar de
destacar que se trata de uma reivindicação “justa e séria”, Filipe
Rocha diz que essas repercussões não é o que o SINTAC pretende, tendo em
consideração que o foco deste sindicato será “sempre” relativo à
“resolução do conflito e no acordo” que tem a “perfeita certeza de que é
possível [concretizar]”, conclui.