Autor: Lusa/AO Online
Mas entendem que deve ser responsabilidade do Governo avançar com novas propostas e não dos partidos.
Uma iniciativa do Partido Social Democrata (PSD), sob o tema "Um Rumo para a Educação", juntou hoje no auditório da Assembleia da República representantes de sindicatos e associações de professores, associações de pais, plataformas sindicais e o professor universitário Santana Castilho para debater os problemas do ensino em Portugal.
Na opinião do secretário-geral da Federação Nacional dos Sindicatos da Educação(FNE), não é possível continuar "num regime de experimentalismo de soluções" e é preciso "eliminar os factores de perturbação nas escolas".
"É fundamental e urgente que o Governo assuma a sua responsabilidade e o Governo deve ser chamado ao cumprimento dessa responsabilidade o mais rapidamente possível e abrir um processo negocial que conduza à determinação do fim destes factores de perturbação nas escolas", defendeu João Dias da Silva.
"O que é razoável é o que devia ter sido feito desde o princípio, que é a constituição de um grupo de trabalho que integre representantes do Ministério da Educação e representantes das organizações profissionais e essa iniciativa deve ser tomada ou pelo Governo ou pela Assembleia da República", defendeu o presidente da Associação Nacional de Professores, João Grancho, justificando que os professores "não podem continuar reféns desta falácia avaliativa".
Opinião partilhada pelo secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (Fenprof), para quem a constituição ou não de grupo de trabalho tem de ser da responsabilidade do Governo.
"Parece-nos, no entanto, que os partidos não devem ficar alheios a esta temática, na reafirmação de princípios, critérios gerais, do modelo na globalidade", defendeu Mário Nogueira.
No entender da Federação Nacional de Ensino e Investigação (FENEI), se todos os partidos da oposição estão de acordo é importante que se unam pela suspensão do modelo de avaliação.
O representante da União geral dos Trabalhadores (UGT) aproveitou mesmo para lançar um desafio ao PSD.
"Não basta ao PSD dizer que não vai por ali, é preciso dizer por onde quer ir, para sabermos qual é o projecto alternativo do PSD [em matéria de avaliação dos professores], salientou José Nobre.
No final, o orador principal, Santana Castilho, acabou também por deixar umas "palavras directas" aos sociais-democratas e fazer uma análise dos últimos resultados eleitorais.
"O PSD não soube dizer aos portugueses o que é que propunha para correr com o PS e eu interpreto este sentido de voto como 'nós não estamos satisfeitos, mas não vimos alternativa' e portanto vamos continuar a votar nestes", referiu o docente universitário.
Acrescentou, no entanto, que espera que o PSD mantenha a realização de iniciativas como o debate de hoje e que gostava de ver os sociais-democratas começarem a preparar já "instrumentos para as próximas legislativas".