Açoriano Oriental
Ricardo Moura ameaça o reinado e a hegemonia de Fernando Peres
Os “passeios” de Fernando Peres nas provas do Campeonato dos Açores de Ralis, nos últimos tempos, deixaram de ser tranquilos. A hegemonia do piloto continental foi uma constante depois dos principais animadores dos ralis açorianos terem optado por se retirar, casos de Horácio Franco, Gustavo Louro e Luís Pimentel, alegando as mais diversas razões e motivações.

Autor: Arthur Melo
Facto é que a esporádica participação daqueles campeões açorianos abriu as portas a Fernando Peres para enriquecer ainda mais o seu vasto e rico palmarés competitivo, amealhando vitórias e triunfos consecutivos que o levam já a ostentar três títulos de campeão de ralis dos Açores. Os argumentos apresentados pelo piloto da cidade Invicta obrigaram a concorrência a dotar-se das mais recentes evoluções da Mitsubishi, mas a gritante falta de apoios ao automobilismo nos Açores forçou-os a tomar a decisão de se retirarem, optando por aparecer em provas emblemáticas que muito dizem aos respectivos pilotos.
Mas outros houve que mantiveram a esperança e persistiram em nome do seu desporto de eleição, mesmo sabendo de antemão que as “armas” de que dispunham não lhes conferia o estatuto de favoritos. Contudo, o inconformismo de poucos levou a que, por exemplo, Luís Rego ficasse de fora das provas porque não conseguiu arranjar apoios que lhe permitissem dispor de uma viatura bem mais competitiva do que o Lancer EVO IX, enquanto Ricardo Moura se decidiu por uma estrutura autónoma e com uma viatura de topo (ex-carro de Armindo Araújo, que disputou o Mundial de Ralis em 2007), começando a confirmar todas as expectativas e previsões que lhe têm sido vaticinadas desde há já alguns anos.
No Faial, o piloto de Ponta Delgada não só logrou conquistar a sua primeira vitória à geral da sua carreira como também dispôs dos argumentos para defender a liderança conquistada a meio do Rali Ilha Azul.
O facto de já se encontrar mais adaptado ao seu novo carro e o maior conhecimento das potencialidades que o mesmo lhe proporciona colocam Ricardo Moura no mesmo patamar de igualdade com Fernando Peres na luta pelas vitórias nas provas açorianas.
Gustavo Louro, retirado da actividade mas que marca presença nas provas disputadas na Terceira, e mais recentemente no Faial, é um outsider que obriga a concorrência a estar em permanente estado de alerta, sendo um dos pilotos que os amantes do automobilismo nos Açores anseiam pelo regresso em full time às provas do campeonato.
Quanto a Horácio Franco, principal rosto da contestação aos apoios recebidos por Peres na Região, irá fazer a sua última aparição competitiva no SATA Rallye Açores e o vazio que deixou com a sua retirada, tão cedo, irá ser colmatada e preenchida apesar dos bons valores que continuam a surgir no panorama automobilismo regional, como é o caso de Ricardo Carmo, que de prova para prova tem apresentado um crescimento competitivo bastante assinalável.
O jovem terceirense, cujo principal handicap eram as provas em terra, já se apresenta como um piloto completo e outro dos nomes a ter em conta.
Se Paulo Pereira optou pela utilização do Skoda Fabia RS TDi - mantendo a espectacularidade que sempre o caracterizou -, o lote dos concorrentes com viaturas de tracção total tem tido bastantes motivos de interesse com as prestações protagonizadas por Rui Torres e Rui Moniz, dois pilotos que em todas as provas têm proporcionado despiques bastante interessantes na luta pelo último lugar do pódio.
Se o piloto mariense constitui a confirmação de todas as qualidades que lhe são reconhecidas, o ex-director de Provas do “Comercial” tem sido uma agradável surpresa, que promete ainda mais e melhor no futuro.
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