Autor: Lusa/AO Online
“Foi com profunda tristeza que recebemos a notícia do falecimento na manhã de hoje do juiz conselheiro Álvaro José Brilhante Laborinho Lúcio, português ilustre, cuja integridade e dedicação à causa pública ficarão para a História como um exemplo a seguir”, afirmou Pedro Catarino, em comunicado de imprensa.
Álvaro Laborinho Lúcio foi o último ministro da República para a Região Autónoma dos Açores, antes de o cargo ter mudado para representante da República.
Ocupou o cargo de março de 2003 a março de 2006, tendo desempenhado funções “num quadro institucional pautado pelo respeito pelos órgãos de governo próprio da Região Autónoma dos Açores”, segundo Pedro Catarino.
“Homem de enorme caráter, serviu o nosso país nas mais diversas instituições e cargos, com um trabalho de excelência, por todos reconhecido”, vincou o representante da República para os Açores, que apresentou condolências à família do seu antecessor.
Álvaro Laborinho Lúcio foi secretário de Estado da Administração Judiciária e ministro da Justiça em 1990, durante o Governo de Cavaco Silva, e ministro da República para os Açores, durante a presidência de Jorge Sampaio.
Foi também Procurador da República junto do Tribunal da Relação de Coimbra, inspetor do Ministério Público, Procurador-Geral-Adjunto da República, diretor da Escola da Polícia Judiciária e do Centro de Estudos Judiciários.
Na Nazaré, foi presidente da Assembleia Municipal.
Mais recentemente, integrou a Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais de Crianças na Igreja Católica Portuguesa.
Laborinho Lúcio nasceu na Nazaré em 01 de dezembro de 1941. Na juventude, foi ator amador, tendo participado na criação do Grupo de Teatro da Nazaré.
Ingressou na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, onde se licenciou em Direito e obteve o Curso Complementar de Ciências Jurídicas.
Laborinho Lúcio foi membro, entre outras, de associações como a APAV - Associação Portuguesa de Apoio à Vítima e a CRESCER-SER, de que é sócio fundador.
Entre 2013 e 2017, foi presidente do Conselho Geral da Universidade do Minho e membro eleito da Academia Internacional da Cultura Portuguesa.
Laborinho Lúcio estreou-se na escrita de ficção narrativa em 2014, com “O Chamador”, na Quetzal, editora pela qual lançou mais quatro títulos até ao ano passado: “O Homem que Escrevia Azulejos”, “O Beco da Liberdade”, “As Sombras de uma Azinheira” e o livro de crónicas e outros textos “A Vida na Selva”.
Já este ano, em março, editou, pela Zigurate, com Odete Severino Soares e ilustrações de Catarina Sobral, o livro “Marília ou a Justiça das Crianças”.
Foi condecorado em 2005 pelo Presidente da República, Jorge Sampaio, com a Grã-Cruz da Ordem de Cristo.
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