Covid-19

Relaxar regras no Natal gera internamentos na primeira semana de janeiro, diz ECDC

O Centro Europeu para Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC) avisa que o relaxamento total das restrições para a covid-19 no Natal irá provocar um aumento dos internamentos na “primeira semana de janeiro”, e pede limitações aos ajuntamentos.



“Se as medidas recentemente introduzidas forem levantadas a 21 de dezembro de 2020, prevemos que possa ocorrer um aumento das hospitalizações por covid-19 logo na primeira semana de janeiro de 2021”, avisa o ECDC num relatório divulgado esta semana com projeções a curto prazo sobre a evolução da situação epidemiológica na União Europeia (UE).

Notando que “existe muita discussão a nível mundial sobre as potenciais consequências do levantamento das medidas para o período natalício, de modo a que as pessoas estejam mais livres para se encontrarem e celebrarem com os seus amigos e família”, o ECDC conclui, com base em cálculos feitos pelos seus especialistas, que “o levantamento antecipado das restrições levará a um aumento mais rápido do número de casos, hospitalizações e mortes”.

Questionado pela agência Lusa se será possível, então, evitar um aumento das infeções de covid-19 na altura festiva e nas semanas seguintes, o ECDC explica em resposta escrita que “isso depende das medidas implementadas e do rigor com que as pessoas aderem às recomendações”.

“Uma combinação de medidas - incluindo medidas de distanciamento físico, medidas de permanência em casa, tais como teletrabalho, isolamento em caso de sintomas e a implementação de testes generalizados e rastreio de contactos - é eficaz para travar a propagação do vírus”, acrescenta aquela agência europeia.

Já quando questionado pela Lusa sobre medidas específicas para o período festivo, como qual o máximo de pessoas por agregado para os festejos do Natal e do fim de ano, o ECDC nota que, “ao longo de toda a pandemia, foram emitidas orientações sobre intervenções não farmacêuticas aplicáveis aos ajuntamentos”, diretrizes essas que “parecem ter um efeito sobre a contenção da propagação e permanecem válidas”.

No relatório mais recente com essas orientações, divulgado em setembro passado, o ECDC conclui que “limitar o tamanho dos ajuntamentos no interior e no exterior diminui a probabilidade de propagação da SARS-CoV-2 a um grande número de pessoas”.

“Tal medida é mais eficaz se implementada consistentemente, mesmo para ajuntamentos relativamente pequenos, por exemplo, com pouco mais de 10 indivíduos”, aponta o ECDC.

Nas perguntas feitas pela Lusa, o ECDC escusa-se então a precisar qual o número máximo de pessoas por ajuntamentos nesta altura, bem como se concorda com recolhimento obrigatório nessas noites, argumentando que “a saúde pública é uma competência nacional” e que, por isso, “cada Estado-membro tomará as suas próprias decisões com base na situação epidemiológica nos seus respetivos países”.

Ainda assim, vinca que “as medidas devem ser proporcionais, tendo em consideração a situação epidemiológica e a capacidade dos sistemas de saúde pública e de cuidados de saúde”, visando então evitar a sua saturação.

Sediado na Suécia, o ECDC tem como missão ajudar os países europeus a dar resposta a surtos de doenças.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de 1,4 milhões de mortos em mais de 60 milhões de casos de infeção em todo o mundo.

Em Portugal, foram já superadas as barreiras dos 4.000 mortos e dos 280 mil casos de infeção confirmados.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.


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