Açoriano Oriental
PSD e PPM alertam para problemas no abastecimento às Flores e Corvo

O PSD e o PPM voltaram a alertar, no parlamento dos Açores, para “as dificuldades” de abastecimento às Flores e ao Corvo, na sequência do furacão "Lorenzo", e para “os prejuízos acumulados dos comerciantes” daquelas duas ilhas.

PSD e PPM alertam para problemas no abastecimento às Flores e Corvo

Autor: Lusa/AO Online

“A solidariedade não pode ser só o Governo [Regional] pedir que o Governo da República vá cobrir os prejuízos das infraestruturas. A solidariedade deve-se estender diretamente às pessoas”, disse o deputado do PSD/Açores Bruno Belo, em declarações à agência Lusa.

O parlamentar falava em Ponta Delgada, à margem da reunião da Comissão Permanente de Economia da Assembleia Legislativa Regional, onde apresentou um projeto de resolução do PSD/Açores que visa "um plano de atuação para apoiar a economia das ilhas das Flores e do Corvo” na sequência dos estragos provocados pelo furação “Lorenzo”.

“Duas das medidas propostas já foram acolhidas no Orçamento Regional para 2020 por parte do governo. No entanto, existem outras medidas que deverão na nossa opinião ser acolhidas, e de forma urgente, e uma delas é a suspensão total da Segurança Social para os empresários e para os trabalhadores independentes das Flores e do Corvo”, referiu.

Criticando a “falta da solidariedade” dos executivos dos Açores e da República para com os moradores e empresas das Flores e Corvo”, o deputado acrescentou que “existem prejuízos acumulados de dois meses” dos empresários e que “não são recuperáveis”, podendo esta situação “pôr em causa diretamente postos de trabalho nas Flores”.

Já o deputado regional único do PPM, Paulo Estêvão, eleito pelo Corvo, apresentou um projeto de resolução que “recomenda que o Governo Regional assegure de forma urgente o regular e adequado abastecimento marítimo de mercadorias às Flores e Corvo”, fretando um navio no mercado internacional “com capacidade para transportar o número de contentores necessários para concretizar a operação”.

“Além dos prejuízos avultadíssimos, porque os produtos perecíveis chegam fora do prazo e chegam num estado calamitoso, e isso quando chegam, já falta todo o tipo de produtos nas Flores e no Corvo e há empresários com enormes dificuldades financeiras, já que não conseguem vender e a população tem dificuldades de abastecimento”, disse à agência Lusa.

O parlamentar alegou que a operação de abastecimento montada pelo Governo Regional “falhou clamorosamente” em relação às duas ilhas.

“O que nos valeu durante este período eram as reservas existentes, que já desapareceram, e se isto permanecer durante mais duas semanas vamos ter ruturas gravíssimas”, afirmou, alertando que os empresários da construção civil na ilha do Corvo “não são reabastecidos desde o final de setembro”.

Em sede de comissão, por videoconferência, o capitão do Porto da Horta, Rafael da Silva, adiantou que hoje será feito o levantamento hidrográfico com uma nova sondagem no Porto das Lajes das Flores (da sua jurisdição), para que possa ser emitido um edital.

O presidente do executivo regional, Vasco Cordeiro, afirmou recentemente que, se as condições meteorológicas o permitirem, haverá em breve novidades sobre que navio poderá abastecer as Flores, sendo este agora o "objetivo prioritário", quase dois meses após a passagem do furacão "Lorenzo".

"Será em função dos dados que resultem deste trabalho que vai ser possível avaliar que navio é que pode operar ali", acrescentou o governante, que disse que somente após o edital do capitão do Porto da Horta se poderá avançar para a fase seguinte.

Durante a passagem do “Lorenzo” pelos Açores, em outubro, foram registadas 255 ocorrências e 53 pessoas tiveram de ser realojadas.

O furacão causou a destruição total do porto das Lajes das Flores, estimando-se que o prejuízo registado possa ascender, neste caso em concreto, a mais de 190 milhões de euros.

No total, o mau tempo provocou prejuízos de cerca de 330 milhões de euros no arquipélago, segundo o Governo Regional dos Açores, sendo que o Governo da República irá assumir 85% desse valor.



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