Açoriano Oriental
PSD/Açores defende projeto de cabos submarinos

O PSD/Açores considerou que a configuração proposta para os novos cabos submarinos de comunicações será um projeto "bom para os Açores", com a ilha de São Miguel a ficar com uma capacidade “50 vezes superior à atual”.

PSD/Açores defende projeto de cabos submarinos

Autor: Lusa/AO online

Em comunicado, o partido referia-se ao cabo submarino CAM (continente-Açores-Madeira), que se prevê que entre primeiro na ilha Terceira, seguindo depois para a ilha de São Miguel, onde ligará ao cabo já existente para o arquipélago da Madeira.

Quanto ao “ponto de saída para o Continente ser na Terceira ou São Miguel, corresponde a uma diferença de 2 milissegundos, o que constitui um fator irrelevante”, afirmou o deputado regional Flávio Soares, após uma reunião do Conselho de Ilha de São Miguel.

O parlamentar destacou as vantagens para a ilha de São Miguel do futuro cabo submarino de telecomunicações, com uma capacidade “50 vezes superior à atual”.

“É preciso que se construa e se efetive este projeto. Vai ser bom para os Açores na sua totalidade e com este projeto a Região saí sem dúvida a ganhar”, sublinhou o deputado social-democrata, citado num comunicado divulgado pelo partido.

“Temos de estar unidos para que a Região Autónoma dos Açores passe a ter um cabo com capacidade quase 50 vezes superior à do atual, sendo que o atual se pontua nos 135 Gigabits, enquanto o novo atingirá os 6,4 Terabytes”, sublinhou.

Flávio Soares defendeu ainda que é preciso que a região esteja unida para que "passe a ter um cabo com preços mais baratos para os operadores, aumentando a concorrência”.

“Temos de estar unidos para que esses custos inferiores para os operadores se reflitam em preços mais baixos para famílias e empresas açorianas”, sustentou.

O deputado do PSD/Açores disse que “ficou demonstrado" na reunião do Conselho de Ilha que "este é um projeto do Governo da República".

"Isto é inequívoco. O Governo Regional não se opõe ao projeto que foi apresentado, tendo em conta as conclusões apresentadas pelo Grupo de Trabalho”, acrescentou.

O que interessa “é a substituição rápida e eficaz e a atuação rápida e eficaz do Governo da República na resolução deste problema para o qual estamos a caminhar a passos largos para o seu tempo limite”, vincou o deputado do PSD/Açores, criticando o facto do Governo da República “não ter prestado" ao executivo açoriano, "entre abril de 2021 e janeiro de 2023, informação acerca do projeto”.

Em 23 de janeiro a Câmara do Comércio e Indústria de Ponta Delgada alertou que a configuração proposta para os novos cabos submarinos “prejudica gravemente o potencial socioeconómico” de São Miguel, porque a ilha fica sem ligação direta ao continente.

Em comunicado, a associação representativa dos empresários micaelenses considerava “muito preocupante” que se realize uma “alteração estrutural da configuração existente” dos cabos submarinos “sem “divulgar os estudos técnicos que a suportam”, lembrando que atual disposição “tem funcionado bem”.

Para a Câmara do Comércio e Indústria de Ponta Delgada, a nova configuração é uma “solução errada”, porque “prejudica” São Miguel, a ilha com a “maioria do tráfego e das infraestruturas digitais”.

“Existem soluções alternativas que devem ser adotadas, que melhoram o sistema sem prejudicar nenhuma ilha, ao contrário do que acontece com a proposta que veio a público e que prejudica gravemente o potencial socioeconómico de São Miguel”, criticou.

Em 13 de janeiro, o Chega/Açores pediu esclarecimentos ao Governo Regional sobre o “desvio” para a ilha Terceira da principal ligação de cabos submarinos à região, questionando se a ilha de São Miguel perderá a ligação submarina direta a Lisboa.

Três dias depois, o presidente da Câmara de Comércio de Angra do Heroísmo disse que a opção de ligar o cabo submarino do continente português à ilha Terceira foi “estritamente técnica”, acusando o deputado do Chega/Açores de “bairrismo”.


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