Autor: Lusa /AO Online
“O único objetivo do PSD em relação ao Serviço Nacional de Saúde é a sua privatização e o seu desmantelamento. Nós não aceitamos essa visão, rejeitamos essa visão para a saúde pública em Portugal”, afirmou no jantar de Natal do PS/Trofa, no distrito do Porto.
Durante um discurso de cerca de meia hora, e perante uma sala cheia, o socialista referiu que o PS, ao contrário do PSD, acredita num SNS tendencialmente gratuito e “que cuida de todos, independentemente daquela que é a sua condição económica”.
Ressalvando que o PS foi e é “absolutamente decisivo” para robustecer o SNS, João Torres assumiu ser “absolutamente espantoso” ouvir o presidente do PSD, Luís Montenegro, dizer que o PS é um partido que é amigo da iniciativa privada na saúde.
“Sejamos muito claros a esse respeito. Em primeiro lugar, o PS nunca teve dogmas ideológicos a propósito do SNS. Nós nunca tivemos nenhum preconceito para com a iniciativa social ou privada na saúde”, vincou.
O PS “foi muito claro” ao afirmar e ao reiterar que para o partido o SNS é um serviço que deve ser público e tendencialmente gratuito, reforçou.
João Torres considerou que o problema do líder da oposição com o SNS é, antes de mais, um “problema de consciência”.
“Porque o PSD tem, e importa não deixar passar em branco, um pecado original em relação ao SNS. É que o PSD não votou a favor da criação do SNS e, por isso, é importante dizer aos portugueses e a todos aqueles que nós conhecemos que se querem robustecer o SNS é mesmo como o PS que contaram, contam e vão continuar a contar”, sustentou.
Além disso, o secretário-geral adjunto do PS salientou que é importante não esquecer o “desinvestimento brutal” que o PSD e a direita fizeram no SNS quando governaram o país da última vez.
Falando em “críticas desnutridas” do PSD, João Torres recordou o contributo que o SNS deu a Portugal num momento “especialmente exigente” como foi o da pandemia quando tantos desconfiavam da sua capacidade e da capacidade dos seus profissionais.
“E nós percebemos que o nosso SNS, que os nossos profissionais de saúde estiveram absolutamente à altura e foram inexcedíveis para que conseguíssemos ultrapassar esse momento difícil da nossa história presente”, afiançou.
O socialista entendeu que Luís Montenegro “aqui e acolá” tenta menorizar o PS com “casos e casinhos”.
Contudo, advertiu, o PS “não se vai encolher, está vivo, forte, presente”.