Açoriano Oriental
Desastres naturais
Protecção Civil encontra "fragilidades" em simulacro de sismo
O comandante operacional nacional da Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC), Gil Martins, disse hoje que o simulacro de sismo permitiu detectar algumas "fragilidades", como falhas de comunicação e de gestão de informação.

Autor: Lusa/AO online
"Nos últimos três dias apreendemos e foram detectadas algumas insuficiências", afirmou Gil Martins na conferência de imprensa de balanço do simulacro de sismo que decorreu desde sexta-feira até hoje nos distritos de Santarém, Lisboa e Setúbal.
O responsável admitiu que foram "encontradas fragilidades". Falhas de comunicação e de gestão de informação foram algumas das "insuficiências" avançadas por Gil Martins, que apontou ainda, sem pormenorizar, lacunas no empenhamento de algumas entidades nos teatros de operação. 
No entanto, salientou que "o exercício não foi feito para correr bem, mas sim para detectar as falhas e fragilidades".
Gil Martins acrescentou que "a aposta da Autoridade Nacional de Protecção Civil foi ganha com o finalizar do exercício", tendo marcado "um passo decisivo na aprendizagem" das autoridades envolvidas no simulacro.
"Se houvesse um sismo amanhã estaríamos melhor preparados do que no dia de ontem", realçou, adiantando que o simulacro teve como objectivo fundamental "localizar e eliminar estrangulamentos antes que um sismo real ocorra".
O exercício teve também como finalidade testar e introduzir alterações no Plano Especial de Emergência de Risco Sísmico para a Área Metropolitana de Lisboa (PEERS-AML), que deverá ser aprovado pelo Governo até ao final de Março.
De acordo com o comandante operacional nacional da ANPC, todas as entidades envolvidas vão reunir-se ao longo desta semana para elaborarem um relatório, além de se realizarem reuniões finais para revalidar o PEERS-AML.
Baseado no sismo histórico de 1909 em Benavente, o "terramoto", com uma magnitude de 6.6/6.7, "abalou" os distritos de Lisboa, Santarém e Setúbal às 15:50 de sexta-feira e gerou elevados danos materiais e humanos nos distritos de Lisboa, Santarém e Setúbal.
No final do exercício, o sismo fictício provocou 281 mortos, 895 feridos e 808 desaparecidos em 16 cenários que envolveram 2.835 operacionais, 854 veículos e 1.798 figurantes.
Lisboa, Vila Franca de Xira, Benavente, Seixal, Samora Correia, Porto Alto, centro histórico de Almada, Sintra e Barreiro foram as localidades onde decorreu o simulacro de sismo, que teve como cenários edifícios em colapso e soterrados, deslizamento de terras, vias de acesso bloqueadas e incêndios urbanos e florestais. No exercício estiveram envolvidas 68 entidades, desde Bombeiros, PSP, GNR, Forças Armadas, Aviação Civil, INEM, Cruz Vermelha Portuguesa, Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, Polícia Judiciária, autarquias locais e Ministério Público.
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