Autor: Lusa/AO Online
Para o Chefe de Estado, que hoje inaugurou a nova fábrica de papel do grupo Portucel-Soporcel, em Setúbal, a colocação no mercado internacional de bens transaccionáveis produzidos em Portugal e o consequente “aumento da capacidade exportadora” do país são “a chave para a recuperação económica”.
“Desde há muito tempo que digo e escrevo que o desafio fundamental que Portugal enfrenta é o da competitividade das nossas empresas no plano global. É aí que está a separação e a diferença entre a estagnação continuada da nossa economia e o seu crescimento sustentável. Daí que não possamos deixar de atribuir prioridade àqueles investimentos que permitam aumentar a produção de bens transaccionáveis e que são competitivos no mercado internacional”, frisou Cavaco Silva.
E, numa alusão à mais recente unidade industrial da Portucel-Soporcel – um investimento de 620 milhões de euros -, Cavaco Silva destacou este como “um bom exemplo” do que, neste domínio, serve o “interesse nacional”.
“O que é verdadeiramente importante é o contributo desta fábrica para a produção de bens transaccionáveis no mercado internacional, para o aumento da capacidade exportadora do nosso país. É aí que está a chave para a recuperação económica de Portugal e do desenvolvimento sustentável do nosso país e, consequentemente, uma economia capaz de gerar empregos duradouros que remunere condignamente os nossos trabalhadores”, destacou.
E acrescentou: “Do ponto de vista do interesse nacional o que é verdadeiramente importante é o contributo desta fábrica para o aumento da produtividade e da competitividade no plano internacional. Este é um factor decisivo para que o país ultrapasse as suas dificuldades e reencontre uma trajectória de crescimento económico sustentável”.
Perante uma plateia repleta de empresários e na presença do ministro da Economia, Vieira da Silva, o Chefe de Estado realçou o contributo da nova unidade industrial para o aproveitamento mais eficaz de uma das “vantagens competitivas” do país, a floresta, e defendeu também a necessidade de o país explorar uma outra.
“Oxalá sejamos capazes de aproveitar com a mesma eficiência uma outra vantagem competitiva de que o nosso país dispõe que é o mar. A nossa enorme Zona Económica Exclusiva”, disse.
Na ocasião, o Presidente da República elogiou ainda a iniciativa empresarial da Portucel-Soporcel para “conquistar competitividade no mercado internacional através de investimento reprodutivo, de inovação nos produtos e nos processos, da criatividade, na modernização tecnológica”.
Empresas que, salientou, “merecem uma atenção muito particular dos poderes públicos, em particular as pequenas e médias empresas inovadoras”.
O presidente da Portucel-Soporcel, Pedro Queiroz Pereira, defendeu, por seu turno, o “carácter imperioso” de serem adoptadas medidas para que a floresta nacional desenvolva as suas potencialidades, nomeadamente a circunstância de a “esmagadora maioria” da floresta nacional não estar ainda certificada, o que pode comprometer a competitividade das empresas portuguesas.
“Faço um veemente apelo para que a certificação florestal seja considerada um autêntico desígnio nacional”, salientou, referindo ainda a necessidade resolver outros problemas que agravam a competitividade das empresas nacionais, de “restituir normalidade ao seguro de crédito à exportação” e criar na administração pública “uma atitude que favoreça o desenvolvimento das empresas, principalmente as exportadoras”.
No final da cerimónia, Cavaco Silva agraciou o presidente da Portucel-Soporcel com a Grã-Cruz da Ordem do Mérito Industrial, pelo “contributo que tem dado para a criação de riqueza e de emprego” no país.