Açoriano Oriental
Presépio Solidário da Casa do Gaiato reúne 32 desejos de Natal

Sob o lema “Contribua para um Natal mais feliz”, a Casa do Gaiato de São Miguel está a promover a segunda edição do Presépio Solidário - uma iniciativa que convida a população a contribuir para tornar o Natal mais feliz das 32 crianças e jovens acolhidos pela instituição

Presépio Solidário da Casa do Gaiato reúne 32 desejos de Natal

Autor: Carlota Pimentel

A Casa do Gaiato de São Miguel está a realizar pelo segundo ano consecutivo o Presépio Solidário, uma iniciativa que convida a comunidade a contribuir para um Natal mais feliz das 32 crianças e jovens acolhidas atualmente pela instituição.

A cada figura do presépio correspondem pedidos das crianças e jovens do Gaiato, e a cada estrela corresponde uma oferta geral para as valências da instituição, que podem ser jogos educativos, livros, produtos de higiene pessoal ou doces, por exemplo.

Os interessados em participar nesta ação solidária devem enviar um email para [email protected], apontando a sua escolha (figura do presépio escolhida ou estrela). Segundo a instituição, entre as escolhas possíveis estão José, menino Jesus, Maria, burro, vaca, Melchior, Gaspar, Baltazar, anjo, estrela-guia, pastor, agricultor, ovelha, cordeiro e cavalo.

Em entrevista ao Açoriano Oriental, o Padre Fernando Cabral Teixeira revelou que “correu tão bem o ano passado que quisemos repetir este ano”. 

O diretor da Casa do Gaiato explicou que a iniciativa não só dá resposta aos desejos dos jovens, como também aproxima a comunidade da realidade vivida pelas crianças e jovens da instituição: “Cada figura do presépio tem o nome de uma criança ou jovem e, no final, há uma troca de impressões entre eles e os participantes, o que cria uma ligação social importante. Há uma envolvência social e amiga com a comunidade”.

“Tudo isto é para enriquecer e tornar o Natal destas crianças e jovens mais feliz”, realça, recordando a sua experiência pessoal de quando entrou no seminário com 12 anos, tendo-se separado da família pela primeira vez: “Quando chega um pequeno à Casa do Gaiato, lembro-me logo daquela semana em que me separei da família com 12 anos. Foi uma dor terrível”.

E acrescentou: “Estas crianças precisam do amor de mãe e de pai. Falta-lhes muito o amor materno e paterno. Quando eles vão para o colo dos funcionários, encostam a cabeça ao seu peito e deixam-se ficar, como se estivessem a compensar esta falta na pessoa que está a tomar conta, que se ri e brinca com eles”.

O responsável pela Casa do Gaiato sublinha que “quando o monitor vê que estão com o rosto entristecido, corre para eles e começa a brincar (...)”, no entanto, “o rosto triste é proveniente da falta da família e isso não se pode substituir, mas pode-se ajudar”.

Conforme o sacerdote, estas crianças e jovens “ligam-se muito aos monitores e às técnicas” e “sobretudo na hora da refeição, quando estão todos juntos, partilham momentos do dia, contam como correu a escola e estão ali num diálogo”.

O Padre Fernando CabralTeixeira deu nota de que a Casa do Gaiato acolhe atualmente 32 crianças e jovens, com idades entre 4 e 25 anos, divididos por três valências. Os mais pequenos encontram-se na casa Monte Alegre; entre os 12 e os 17 anos, ficam em duas casas geminadas, nas Laranjeiras; e existe um lar de transição, denominado casa Primavera, para a faixa etária dos 18 aos 25 anos.

“Não era muito agradável ver um jovem de 17 anos no meio de crianças de sete e oito anos. Houve este cuidado”, refere, adiantando que as meninas são apenas aceites na valência Monte Alegre, que “é a casa dos irmãos”. Em vez de “haver uma dupla separação e a menina ir para outra instituição, os irmãos continuam juntos”.

Refira-se que a Obra do Padre Américo nos Açores – Casa do Gaiato de São Miguel é uma instituição diocesana e sem fins lucrativos que tem por finalidade acolher, educar e integrar na sociedade crianças e jovens privados do seu meio familiar.

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