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PPM acusa Governo Regional de tratar agricultura "com os pés"

O PPM dos Açores acusou o Governo Regional do PS de estar a tratar o setor agrícola na região “com os pés" e de se ter "esquecido" desta área "nas medidas implementadas de imediato" devido à pandemia.

PPM acusa Governo Regional de tratar agricultura "com os pés"

Autor: Lusa/AO Online

“O setor está a ser tratado com os pés por parte do Governo Regional. Se a nossa economia sobreviveu à crise, à covid-19, deve-se à agricultura, deve-se aos agricultores e, portanto, é evidente que eles têm que ser apoiados, mas não estão a ser”, afirmou, em declarações aos jornalistas, o coordenador do PPM/Açores, Paulo Estêvão.

Após reunir-se com a direção da Associação Agrícola da ilha de São Miguel, Paulo Estevão frisou que os monárquicos "querem privilegiar aqueles que fazem a produção" e que "são responsáveis por aquele setor importante" na região e que "produz um produto de excelência".

"Nestas circunstancias tão difíceis, há um setor que não parou: foi o setor agrícola. Foi a âncora da produção económica da região e a verdade é que este setor foi esquecido por parte do Governo em relação às medidas que foram implementadas de imediato. E mesmo as promessas que foram feitas por parte do Governo e as responsabilidades que foram assumidas em maio, o Governo não as concretizou", declarou o dirigente partidário e candidato às regionais de outubro.

Paulo Estêvão vincou que o setor agrícola "está a ser muito maltratado por parte do Governo Regional", assumindo o compromisso dos monárquicos na "defesa intransigente da agricultura na região" que "produz um terço da produção nacional em termos de produção de leite e que é fundamental para a economia nacional e regional".

"É importante continuar a pressionar o Governo para que honre os seus poucos compromissos que assumiu em relação ao setor, porque a produção agrícola é fundamental para a Região Autónoma dos Açores. O rendimento destas famílias tem que aumentar sob pena de as pessoas abandonarem um setor que se mostrou ser fundamental nesta crise quando todo o resto deixou de funcionar e que segurou economicamente a região", salientou.

Entre as propostas que o partido se compromete a defender numa nova legislatura está "a defesa de um preço justo para o leite", salientando o PPM que os Açores produzem "o melhor leite da Europa".

Por seu lado, o médico e ex-delegado de saúde concelhio que encabeça a lista de independentes que se apresentam pelo PPM às eleições regionais pelo círculo de São Miguel, Paulo Margato comprometeu-se a voltar a apresentar a proposta apresentada pelo PPM na Assembleia Regional para tornar o preço do leite mais justo.

“A proposta apresentada pelo PPM na Assembleia Regional e que foi chumbada com os votos do PS e do BE irá de novo, logo de imediato, assim que seja eleito deputado, para cima da mesa. Esta proposta refere-se à regulamentação do preço do leite, porque não se pode admitir que os Açores produzam leite de tal qualidade e tenham o leite mais barato da Europa", disse o candidato.

Paulo Margato lembrou ainda que o setor que "não beneficiou de qualquer 'lay off' do estado nesta pandemia".

As próximas eleições para o parlamento açoriano decorrem em 25 de outubro.

Nas anteriores legislativas açorianas, em 2016, o PS venceu com 46,4% dos votos, o que se traduziu em 30 mandatos no parlamento regional, contra 30,89% do segundo partido mais votado, o PSD, com 19 mandatos, e 7,1% do CDS-PP (quatro mandatos).

O BE, com 3,6%, obteve dois mandatos, a coligação PCP/PEV, com 2,6%, um, e o PPM, com 0,93% dos votos expressos, também um.

Nas eleições regionais açorianas existem nove círculos eleitorais, um por cada ilha, mais um círculo regional de compensação que reúne os votos que não foram aproveitados para a eleição de parlamentares nos círculos de ilha.

O PS governa a região há 24 anos, tendo sido antecedido pelo PSD, que liderou o executivo regional entre 1976 e 1996.

Vasco Cordeiro, líder do PS/Açores e presidente do Governo Regional desde as legislativas regionais de 2012, após a saída de Carlos César, que esteve 16 anos no poder, apresenta-se de novo a votos para tentar um terceiro e último mandato como chefe do executivo.

No mais recente ato eleitoral, para as legislativas nacionais de 2019, estavam recenseados e aptos a votar nos Açores 228.975 eleitores.


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