Açoriano Oriental
Planeamento familiar quer linha gratuita de atendimento
A proposta é da Associação para o Planeamento da Família dos Açores e já foi apresentada à Secretaria Regional dos Assuntos Sociais, aguardando agora luz verde para avançar para o terreno

Autor: Rita Rebelo
Contribuir para a prevenção de gravidezes indesejadas e doenças sexualmente transmissíveis são os principais objectivos de uma equipa de profissionais que irão compor o serviço de atendimento telefónico gratuito num futuro próximo.
O projecto foi colocado em cima da mesa ao Governo Regional a 22 de Setembro e assenta no encaminhamento e aconselhamento da população em geral, adianta a coordenadora do Núcleo de São Miguel da Associação para o Planeamento da Família, Natividade Luz, que defende que atendimento telefónico é a melhor via de se aproximar do público. Embora ainda não haja uma resposta concreta da tutela, o projecto faz parte de uma proposta de resolução aprovada na Assembleia Legislativa Regional, indica. Tudo dependerá do orçamento.
O Núcleo de São Miguel abriu no início do mês e na mira tem a divulgação do projecto que assume uma maior dimensão com duas técnicas em Psicologia Clínica ao seu serviço, adianta a sua coordenadora, Natividade Luz.
Só agora  também conseguiu  um espaço disponibilizado pela Associação dos Médicos Portugueses de Clínica Geral, que permitirá assim chegar mais perto do seu público alvo: escolas, instituições particulares de solidariedade social, instituições de saúde, jovens e crianças, mulheres vítimas de violência doméstica, crianças vítimas de abusos sexuais, públicos de risco.
A partir daí, a sua prioridade assenta no “trabalho em prol da saúde sexual e reprodutiva”, indica a voluntária do Núcleo de São Miguel da Associação de Planeamento Familiar.
Por enquanto não prevê atendimento ao público, colocando nas mãos dos centros de saúde do arquipélago essa responsabilidade, onde os médicos de família assumem um papel importante.

“Bem me Quer”
O projecto “Bem me Quer” é o primeiro que a Associação para o Planeamento da Família nos Açores vai ministrar numa escola de Angra do Heroísmo, conforme anunciou esta semana o diário terceirense “A União”.
Trata-se de uma iniciativa de âmbito nacional que já apoiou várias escolas no continente e que pretende aprofundar ou mesmo criar de raiz o desenvolvimento de acções que visem a educação para a saúde, de acordo com o mesmo jornal.
O “Bem me Quer” pode constituir-se como uma das componentes dos programas de educação para a saúde já existentes ou, à falta destes, como uma ajuda na construção de programas Educação Sexual quando estes ainda não estão organizados. “É um recurso para as escolas se tornarem autónomas na educação sexual”, explica ao “A União” o coordenador regional da APF, Paulo Mendes. De 5 a 9 de Novembro está já marcada uma formação inicial ao 2º ciclo, para um grupo de cerca de 15 professores do pré-escolar. São Miguel não será abrangida pelo programa, nesta fase, a não ser que os estabelecimentos de ensino da ilha manifestem essa vontade, salvaguarda Natividade Luz ao Açoriano Oriental.
A coordenadora do núcleo acrescenta, por outro lado, que dada a obrigatoriedade da introdução de um programa para a Educação Sexual nas escolas, não se justificará avançar com mais um projecto para o terreno.
Ainda em relação à Educação Afectivo-Sexual em meio escolar, Natividade Luz faz questão de sublinhar que “se deram passos bastante significativos” nomeadamente no início do corrente ano lectivo (ver caixa). Recorde-se que a Educação Afectivo-Sexual constituiu uma das principais apostas da associação aquando do referendo para a interrupção voluntária da gravidez. A associação conta com 75 sócio e irá a votação em Novembro. Para já, apenas Adelino Dinis, médico de clínica geral, é o único candidato que se perfila à direcção dos corpos sociais.
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