Autor: Lusa / AO online
O líder do CDS-PP falava durante uma visita à feira agropecuária Ovibeja, que decorre no Parque de Feiras e Exposições de Beja, até domingo, onde foi questionado pelos jornalistas sobre as afirmações feitas na sexta-feira à noite pelo presidente do PSD, Passos Coelho.
O presidente social-democrata argumentou, em Santa Maria da Feira, que a governação socialista “não tem perdão” e que, após as eleições, só estará no Governo o PS ou o PSD – “não os dois”.
“Eu sou uma pessoa que gosto de manter a coerência”, ironizou Paulo Portas, tecendo comparações com o primeiro-ministro, José Sócrates, e com Pedro Passos Coelho.
José Sócrates, segundo o líder do CDS-PP, “dizia que nunca seria primeiro-ministro com o FMI. Agora, quer ser primeiro-ministro com o FMI”.
Quanto ao presidente do PSD, sublinhou, “dizia que governava com o PS. Agora, diz que não governa com o PS”.
Questionado também pelos jornalistas sobre o que espera do programa eleitoral do PSD, que vai ser apresentado no domingo, Paulo Portas escusou-se a comentar.
“Não posso comentar o que não conheço e, sobretudo, interessa-me muito mais o que as pessoas sabem do CDS e o que eu lhes posso propor, face aos meus concorrentes”, frisou.
Interrogado ainda sobre se vai ser candidato a primeiro-ministro, Portas limitou-se a afirmar que, sobre esse assunto, falará “no momento certo”.
Relativamente às eleições, Paulo Portas afirmou também que “há muita gente que, tradicionalmente, votava PS, mas que não quer, com o seu voto, absolver o estado a que os socialistas, e em particular este primeiro-ministro, trouxeram o país”.
“E há muita gente que votava PSD e que não está satisfeita, porque não acha convincente [a liderança]”, sublinhou.
Durante a visita à feira, Paulo Portas disse que o CDS-PP tem “uma lealdade de ferro ao mundo rural” e lamentou que os agricultores não tenham sido “bem tratados” durante a governação PS, “particularmente nos primeiros quatro”, com o ministro da Agricultura Jaime Silva.
“O novo ministro [António Serrano] tem melhores intenções, mas não tem peso político”, acrescentou, defendendo que Portugal só se vai conseguir “desendividar se produzir mais, exportar mais e depender menos das importações”.