Açoriano Oriental
Partidos nos Açores dizem ser necessário reabrir economia da região

A generalidade da oposição nos Açores, e também o PS, que apoia o executivo, pediu esta segunda feira o reabrir da economia regional, reclamando o PSD, por exemplo, que se substitua o "medo" da covid-19 por "planeamento e atitude".

Partidos nos Açores dizem ser necessário reabrir economia da região

Autor: AO Online/ Lusa

Os partidos políticos do arquipélago com assento no parlamento regional comentaram hoje na RTP/Açores, no Dia da Região, as intervenções do presidente do Governo Regional, o socialista Vasco Cordeiro, e da presidente do parlamento, Ana Luís.

Pelo PSD, maior partido da oposição, o líder do partido, José Manuel Bolieiro, reconheceu ser "aceitável" que as intervenções no Dia da Região deste ano tenham tido o foco na covid-19, mas sustentou que o momento exige mais do que isso.

"É preciso à data de hoje ter uma dimensão de planeamento e ação concreta", nomeadamente a nível de injeção de liquidez na economia, defesa do emprego ou melhorias nos sistemas de saúde e educação.

"Penso que essa parte ficou omissa. (...) É preciso substituir medo por planeamento e atitude", prosseguiu José Manuel Bolieiro.

À direita, o líder do CDS nos Açores, Artur Lima, abordou as regionais previstas para outubro para apelar aos açorianos para "ao fazerem as suas escolhas, pensarem nos seus filhos" e tomarem opções de "cidadania", até porque "maiorias absolutas de um só partido não são boas para a democracia".

O centrista, que diz praticar uma "oposição construtiva", defendeu a promoção de maior literacia política na sociedade açoriana", e reiterou a ideia de que "não há saúde sem economia nem economia sem saúda", pedindo "confiança" no reabrir da economia na atual fase de desconfinamento.

Já o Bloco de Esquerda, pelo líder regional, António Lima, declarou que os elogios do chefe do Governo Regional à atuação dos profissionais dos ramos da saúde e educação devem ser acompanhados do "reforçar" das suas carreiras, nomeadamente a nível salarial.

"Para o Bloco de Esqueda, é fundamental garantir o emprego, as respostas à economia devem ter como pano de fundo as garantias de todo o emprego", prosseguiu António Lima.

Já o líder regional do PCP, Marco Varela, defendeu que o momento é de se tomarem "claras opções na economia" dos Açores, que passam, a seu ver, pelo "reforço dos serviços públicos em meios e trabalhadores".

O comunista reiterou a defesa do setor público empresarial regional, pedindo "condições para empresas estratégicas" como a SATA, a Eletricidade dos Açores (EDA) ou a conserveira Santa Catarina se manterem na esfera pública.

Já o deputado único do PPM no hemiciclo açoriano foi crítico para com a presidente da Assembleia Legislativa, dizendo que Ana Luís "fez tudo para que o parlamento desaparecesse neste período" de pandemia, e denunciando que a cerimónia prevista para o Dia da Região não foi a que se verificou.

Estava previsto, disse Estêvão, uma "cerimónia minimalista, mas presencial na Horta", na sede do parlamento, ao invés da sessão virtual que sucedeu.

Sobre o discurso do presidente do Governo Regional, o monárquico definiu-o como uma "absoluta desilusão", lamentando que Vasco Cordeiro queira retomar o que diz ser o bom caminho da região: "Em 2019, a SATA teve 53 milhões de euros de prejuízo, que não teve nada a ver com a covid-19. Esse era um bom caminho?", questionou.

Pelo partido que apoia o Governo Regional, o PS, o líder parlamentar, Francisco César, defende que Vasco Cordeiro tem a "verdadeira consciência" das dificuldades atuais e "assume o sentido de planeamento para as ultrapassar".

E prosseguiu: "Há muito para fazer, muito para melhorar, novas ideias para introduzir. E mesmo que não fosse o confinamento, a prioridade máxima seria abrir a nossa região, a nossa economia", nomeadamente com o "convocar de outros atores", caso de "empresários e empreendedores" que "tragam mais fôlego e ambição" aos Açores.

O presidente do executivo açoriano valorizou hoje, dia em que se assinala o Dia dos Açores com um "significado bastante mais profundo" do que o normal, a resposta dos setores da saúde e da educação à pandemia de covid-19.

"Evocamos hoje o Dia da Região Autónoma dos Açores. Celebrar os Açores neste dia, celebrar os Açores este ano traz consigo um significado bastante mais profundo do que o que aconteceria em circunstâncias normais. Estes são tempos extraordinários, desafiantes, exigentes. E é exatamente por isso que se impõe evocar a nossa identidade, a nossa pertença comum, a nossa autonomia", considerou Vasco Cordeiro.

O governante considerou ainda que um debate alargado sobre os instrumentos da autonomia "não pode deixar de acontecer", mas não nesta fase, "no meio da batalha" contra a pandemia.

O Dia dos Açores foi instituído pelo parlamento açoriano em 1980, visando celebrar a autonomia política e administrativa da região, sendo celebrado na segunda-feira do Espírito Santo, também conhecida por Dia do Bodo ou Dia da Pombinha, devido à forte implantação destas festividades nas comunidades açorianas.

Até ao momento, já foram detetados na região um total de 146 casos de infeção, verificando-se 128 recuperados, 16 óbitos e dois casos positivos ativos para infeção pelo novo coronavírus SARS-CoV-2, que causa a doença covid-19, ambos na ilha de São Miguel.


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