Autor: Lusa/AO Online
O voto, apresentado pelo BE, destacava a "vitória dos professores na defesa do trabalho com direitos" e foi apresentado na sequência do anúncio do Governo Regional de que seria aberto um processo negocial para a recuperação do tempo de serviço.
No final de novembro, o presidente do executivo dos Açores, Vasco Cordeiro, anunciou no parlamento dos Açores que iria dar indicações para a abertura de negociações na região com os sindicatos dos docentes para a recuperação integral do tempo de carreira congelado (sete anos no caso dos Açores), de forma faseada, em seis anos - tais negociações, entretanto, já arrancaram.
O voto de congratulação apresentado pelo BE foi aprovado por todas as demais forças políticas - PS, PSD, CDS-PP, PCP e PPM -, mas tal não impediu trocas de argumentos acesos sobre os méritos da conquista dos docentes ou outros temas ligados ao setor da Educação.
Pelo PS, a deputada Sónia Nicolau vincou que a bancada parlamentar socialista "sempre reconheceu a justiça e justeza da contabilização dos sete anos de serviço" e que o "impasse nacional" nesta matéria motivou o espoletar agora das negociações nos Açores.
Contudo, o líder da bancada do CDS-PP, Artur Lima, advogou que "esta vitória deve-se sobretudo aos professores", criticando o que diz ser a "arrogância inimaginável" da bancada socialista.
Pelo PPM, o deputado Paulo Estêvão acusou o Governo dos Açores de se "demitir das suas funções".
"O Governo Regional demitiu-se das suas funções e o que disse era que faria a mesma coisa que Lisboa viesse a decretar", num "ato de rendição" que constituiu "das coisas mais graves que aconteceram nas últimas duas décadas à autonomia dos Açores", disse.
O deputado do PCP no hemiciclo açoriano, João Paulo Corvelo, sustentou que "a luta dá sempre frutos", e também o PSD, pelo deputado Jorge Jorge, associou-se ao voto bloquista "com muito gosto", descrevendo a "vitória dos professores" como uma "alegria" para "todos aqueles que lutaram".