Açoriano Oriental
Pandemia causou contração de 9,2% do PIB dos Açores

Em 2020, o PIB em volume diminuiu em todas as regiões de Portugal, tendo na Região Autónoma dos Açores (-9,2%) diminuído mais que a média do país (-8,4%), revelou o Instituto Nacional de Estatística.

Pandemia causou contração de 9,2% do PIB dos Açores

Autor: Ana Carvalho Melo

Segundo o INE, a Região Autónoma dos Açores, apesar do acentuado decréscimo verificado no ramo do comércio, transportes e alojamento e restauração (-25%) apresentou uma contração próxima da do país em parte justificada pelas evoluções do valor acrescentado bruto (VAB) dos ramos da agricultura, silvicultura e pesca e das atividades financeiras e de seguros.

Os resultados provisórios das Contas Regionais de 2020, ontem publicados pelo INE, destacam que num ano com fortes restrições sobre a atividade económica devido à pandemia de Covid-19, o PIB de Portugal registou um decréscimo nominal de 6,7% e real de 8,4%.

Nesse sentido é revelado que  todas as regiões registaram variações nominais negativas, tendo as mais acentuadas se observado no Algarve (-15%) e na Região Autónoma da Madeira (-13%). Para a Área Metropolitana de Lisboa (-7,8%), a Região Autónoma dos Açores (-7,5%) e o Alentejo (-7%) estimaram-se também variações nominais mais negativas que para a média do país, enquanto Norte (-5%) e Centro (-4%) apresentaram decréscimos mais moderados.

Também em termos reais, o PIB contraiu em todas as regiões, em especial no Algarve (-16,7%) e na Região Autónoma da Madeira (-14,3%). A Área Metropolitana de Lisboa (-9,5%), a Região Autónoma dos Açores (-9,2%), o Alentejo (-8,3%) e o Norte (-7%) registaram contrações mais próximas do país, enquanto o Centro (-5,9%) foi a região que mais resistiu aos efeitos económicos da pandemia.


PIB cresceu 4,7% em 2019
O PIB dos Açores cresceu 4,7% em 2019, registando um crescimento superior à média nacional.

“Em 2019, o PIB do país registou uma variação nominal de 4,5% e real de 2,7%. Em termos nominais, o PIB cresceu em todas as regiões, de forma mais acentuada na Área Metropolitana de Lisboa e no Algarve (ambas 5,2%) e na Região Autónoma dos Açores (4,7%), as únicas com crescimento superior à média nacional”, revela o INE.

Segundo o gabinete de estatística, “para o crescimento real do PIB na Área Metropolitana de Lisboa, no Algarve e na Região Autónoma dos Açores contribui expressivamente o ramo do comércio, transportes e alojamento e restauração, atividade, com relevância significativa na estrutura produtiva daquelas regiões, que registaram aumentos do VAB, em volume, de 3,5%, 3,0% e 3,8%, respetivamente”.


Rendimento das famílias aumentou em 2019
O rendimento primário bruto das famílias açorianas atingiu, em 2019, 3245 milhões de euros, enquanto o rendimento disponível bruto foi de 3321 milhões de euros, o que correspondeu a acréscimos de 4,5% e 4,3%, respetivamente, face a 2018.

Segundo o INE, registou-se um rendimento primário bruto acima da média nacional (4,7) na Área Metropolitana de Lisboa (5,5%), na Região Autónoma da Madeira (5,0%) e no Algarve (4,9%). Pelo contrário, observaram-se crescimentos ligeiramente inferiores à média nacional no Norte e na Região Autónoma dos Açores (ambos 4,5%), no Centro (4,0%) e no Alentejo (3,9%).

Quanto ao rendimento disponível bruto, o maior acréscimo observou-se no Algarve (6%), superior ao registado no país (4,5%).

Na Área Metropolitana de Lisboa o rendimento disponível das famílias apresentou crescimento (5,3%) acima da média nacional, enquanto na Região Autónoma dos Açores (4,3%), no Norte e Alentejo (ambos com 4,1%) e no Centro (4%) os aumentos foram próximos da média nacional. Note-se que este indicador na Região Autónoma da Madeira apresentou um crescimento de apenas 2,9%, explicado pelo decréscimo das outras transferências correntes recebidas do resto do mundo, especificamente as chamadas remessas de migrantes (-21,6%).




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