Autor: Lusa/AO Online
Segundo Ravina Shamdasani, porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH), a organização não tem sido capaz de atribuir a responsabilidade pelo que considera ser assassínios no conflito que opõe Israel ao movimento de resistência islâmico Hamas.
No entanto, Shamdasani considerou que grande parte das 613 mortes registadas são da responsabilidade do exército israelita, “que bombardeia e dispara sobre palestinianos que tentam chegar aos pontos de distribuição” operados pela Fundação Humanitária de Gaza (GHF).
Em declarações aos jornalistas numa conferência de imprensa, a porta-voz acrescentou também desconhecer quantas dessas mortes ocorreram nos pontos de distribuição ou junto dos comboios humanitários.
Shamdasani sublinhou que os números abrangiam o período de 27 de maio a 27 de junho e que “houve mais incidentes” desde então, ainda por contabilizar e salientou que as informações são asseadas num relatório interno da situação elaborado pelo gabinete do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos.
A porta-voz ressalvou que os números, compilados através dos processos de verificação padrão da organização, “não mostram provavelmente um quadro completo”.
“Talvez nunca sejamos capazes de compreender a dimensão total do que está a acontecer aqui devido à falta de acesso” das equipas da ONU às áreas afetadas, sublinhou.
Praticamente desde o início do conflito, a 07 de outubro de 2023, que Israel tem sitiado a Faixa de Gaza, privando os palestinianos de ajuda humanitária e alimentar.
A guerra foi desencadeada pelo ataque sem precedentes do movimento islamista palestiniano Hamas ao sul de Israel.
O ataque causou a morte de 1.219 pessoas do lado israelita, na sua maioria civis, de acordo com uma contagem da AFP realizada a partir de dados oficiais, e 49 das 251 pessoas sequestradas nesse dia continuam reféns em Gaza, das quais 27 foram declaradas mortas pelo exército israelita.
Mais de 57.000 palestinianos, na maioria civis, foram mortos na campanha de retaliação militar israelita na Faixa de Gaza, de acordo com dados do Ministério da Saúde do Governo do Hamas para Gaza, considerados confiáveis pela ONU.