Açoriano Oriental
Navio da Marinha com robot submarino para estudar mar
Um navio de investigação científica da Marinha Portuguesa, equipado com um robot submarino capaz de pesquisar até seis mil metros de profundidade, vai estudar, a partir de Outubro, o fundo do mar dos Açores.

Autor: Lusa/AO
O "Almirante Gago Coutinho", que sai domingo de Lisboa, irá permanecer duas semanas na costa ocidental portuguesa para efectuar testes com o novo robot submarino antes de chegar ao arquipélago, anunciou hoje a Marinha Portuguesa.

    Esta missão científica, que se prolonga até Dezembro, constitui mais um passo no sentido de Portugal alargar a sua área de jurisdição nacional sobre os recursos do solo e subsolo marinhos para além das 200 milhas da sua Zona Económica Exclusiva (ZEE).

    Com a aquisição do Remotely Operated Vehicle (ROV), pela Estrutura de Missão para a Extensão da Plataforma Continental, Portugal passa a fazer parte de "um grupo muito restrito de países" com capacidade de exploração científica do fundo do mar nessa ordem de profundidade.

    No mundo existem apenas oito equipamentos do género.

    Segundo a Marinha, o ROV estará ligado ao navio por um cabo, tem capacidade para a visualização de imagens em tempo real, através de câmaras de alta definição, recolha de amostras de água, sedimentos e efectua a medição de parâmetros biológicos, oceanográficos e físicos.

    Para operar este equipamento o navio foi sujeito a várias adaptações técnicas, tais como a instalação de um sistema de posicionamento dinâmico, que vai permitir ao "Almirante Gago Coutinho" manter uma posição geográfica previamente definida e por tempo indeterminado.

    O ROV irá efectuar pesquisas em diversas fontes hidrotermais existentes no mar dos Açores, com destaque para o Lucky Strike, Rainbow, Menez Guan e Crista Médio Oceânica, zonas que têm sido alvo de atenção por parte de inumeros investigadores internacionais na busca de recursos minerais e moléculas úteis à Medicina.

    A Marinha Portuguesa, através dos navios "D. Carlos I" e "Almirante Gago Coutinho", adiantou já ter realizado mais de 12 mil horas de navegação e 700 dias de mar nos últimos três meses para investigar e recolher dados, que vão permitir a Portugal assumir-se como "uma importante nação marítima europeia".

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