Foi ao som da conhecida música “Feliz Navidad”, interpretada pela Filarmónica Estrêla d´Alva, de Santa Cruz, com a lagoense Joana Raposo como cantora, que arrancou a edição deste ano do Natal dos Hospitais, uma iniciativa do jornal Açoriano Oriental e da RTP/Açores, em parceria com a Câmara Municipal da Lagoa.
O Claustro do Convento dos Franciscanos, no concelho da Lagoa, foi o palco escolhido pela organização, que teve Vasco Pernes como apresentador.
A música seguiu com a atuação de Matilde Cabral, vencedora da categoria Infantil do concurso Jovens Talentos da Ribeira Grande, que interpretou a canção “Day Dreaming”, de Ariana Grande; a banda rock Crossfaith, com o tema “So Far Yet So Close”; a coreografia do Estúdio 13 à música “What Christmas Means to Me”, de Stevie Wonder; o grupo Doce Sinfonia, com “Explode Alegria”; os Jamming Out There, com “Dias de Outono”; Paulo Pavão, grande vencedor do concurso Jovens Com Talento da Ribeira Grande, que interpretou o tema dos 4 e Meia “Olá Solidão”; a fadista Maria Campelo, com “Fado Loucura”; o trio Luís Narbosa, com a música “Through my Eyes”; e a dupla Paulo e Mariana Capacho, jovem que participou no concurso Voice Kids, que com o tema “Trevo”, de Diogo Piçarra e Anavitória, encerrou a primeira parte do espetáculo.
Na segunda parte, o Natal dos Hospitais começou ao som de “O Meu Natal é Branco”, tema interpretado pelo Grupo de Cantares Tradicional de Santa Cruz; seguiu-se o grupo Alquimia, que trouxe a canção “Driven”; depois foi a vez de Fipos tomar o palco, com “Minha Guerra, Minha Paz”. A música prosseguiu com os veteranos Passos Pesados, que tocaram o tema “Nasci nesta Ilha Verde”; os 4G e Madruga, trouxeram o hip-hop para o Natal dos Hospitais, com “Tempo Passado Comigo”; ao passo que a banda Rafa interpretou “Fantasmas”.
Na reta final do programa, Helena Oliveira encantou o público com “Cravos D’aqui e D’acolá”; os Orange 3 surpreenderam com o tema “Promessas Vazias”; ao som de “Pés Descalços”, Marisa Oliveira animou o programa; com o duo Mantra Nostrm a anteceder o final, com “Porta ao Lado”; cabendo o encerramento do espetáculo ao Frank Jr, com “Natal Todo o Dia”.
Ao todo, mais de duas horas de música, tocada por artistas regionais, com as atuações pontuada por mensagens de Natal das nove ilhas que compõem os Açores.
Nuno Silveira, dos Bombeiros Voluntários da Calheta de São Jorge, falou em nome de todos os bombeiros e deixou uma mensagem “de força e confiança. Que este Natal traga conforto, paz e renovação e que nunca falte a coragem para enfrentar o dia”.
Da parte da Associação Salvaterra, da ilha de Santa Maria, chegou a mensagem da sua presidente, Dulce Resendes para que não se perca o foco no que realmente importa nesta época: “Na quadra festiva que se aproxima, não percamos a verdadeira essência do Natal: amor, solidariedade e paz. A Associação Salvaterra deseja a todos um Santo e Feliz Natal”.
Do Judo Clube de São Jorge, chegou uma mensagem parecida: “Vivemos tempos de incerteza e dificuldade, mas é importante refletir sobre aquilo que realmente importa: a nossa família, os nossos amigos e a nossa saúde. Que no próximo ano possam alcançar os seus objetivos”.
Anfitrião do espetáculo, o presidente da Câmara Municipal da Lagoa, Frederico Sousa, lembrou quem está nos hospitais. “Em nome dos 19 municípios, dar uma palavra de esperança aos que estão, por motivos de saúde, nos três hospitais da região; bem como aos profissionais de saúde, que cuidam dessas pessoas. E que no próximo Natal possam estar junto dos seus”.
Ao Açoriano Oriental, Luna Ribeiro Telles, produtora do Natal dos Hospitais afirma que a edição deste ano foi “desafiante” para todos os que estiveram envolvidos nas filmagens.
Destaca o apoio e patrocínio do município lagoense, “sem o qual não teria sido possível” e partilha as mensagens que estiveram por detrás da edição deste ano.
“Quisemos passar uma mensagem de solidariedade, na medida em que tivemos uma oferta de 45 palhacinhos, feitos pelo grupo “Reformadas mas Ativas” que foram distribuídos pelos serviços de Pediatria dos três hospitais da Região Autónoma dos Açores, uma oferta da Natália Saraiva, da Horta, e que contou com o Hospital da Horta na sua distribuição para os outros dois hospitais”.
E acrescenta: “Mas também uma mensagem da educação, com a presença das filarmónicas, grupos corais e folclores na educação dos jovens e crianças açorianos”.
Questionada sobre para quando o regresso do programa - que conta com mais de quatro décadas de existência - ao seu formato tradicional, isto é, aos hospitais da Região, Luna Ribeiro Telles explica o que está a impedir que isso se torne uma realidade. “O material que nós tínhamos - desde cenários a cortinas, etc. - era sempre guardado no armazém do próprio Hospital do Divino Espírito Santo. E esse material desapareceu”.
Para que o Natal possa regressar aos hospitais, a produção precisa de um patrocinador que pague este material, “que tem um custo bastante alto. É a única razão que nos levou a não ter regressado ao hospital: não ter um patrocinador que suporte este custo”, afirma a produtora.
