Autor: Lusa/AO Online
No museu, que a Fundação Yasser Arafat prevê abrir em 2011 e que segundo a Associated Press custará 3,4 milhões de dólares, serão expostos milhares de objetos pessoais do “rais”, reunidos e conservados pelos seus antigos ajudantes, ao longo de duas décadas ao serviço de Abu Amar (nome de guerra de Arafat).
Arafat passou os dois últimos anos da sua vida sitiado pelas forças israelitas na sede governamental palestiniana, depois de uma série de atentados palestinianos ter causado a morte de dezenas de israelitas.
Uma das peças centrais do museu será a “keffyieh', o tradicional lenço axadrezado branco e negro, usada por Arafat e que se tornou, ao longo de quarenta anos de liderança da luta palestiniana por um estado independente, num dos símbolos internacionais de um dos conflitos mais mediatizadas do ultimo século.
Apesar da controvérsia que sempre envolveu o líder palestiniano, considerado por muitos um “perigoso terrorista corrupto”, Abu Amar ficaria reconhecido como uma personalidade que transformaria a cultura popular palestiniana e os seus próprios objetos pessoais em símbolos apropriáveis para uma causa cujo líder seria o ícone vivo.
Estarão expostas fotografias, armas e os famosos óculos de sol, entre outras relíquias. Farão ainda parte da coleção os seus dois uniformes militares durante o cerco israelita à Mukata que utilizou intercaladamente e que o próprio remendou durante os dois anos de reclusão.
Um Corão e um transístor inscrito com o nome do líder foram doados por um palestiniano de 86 anos que manteve os objetos em segredo até hoje por medo de represálias por parte de Israel, por ter dado abrigo ao líder palestiniano durante a Guerra dos Seis Dias em 1967.