“O Estado português é ainda muita centralista. Digo com toda a clareza. Há muito centralismo ainda no Estado português. Nas estruturas dos ministérios, na burocracia do poder central, há muito centralismo. Têm ainda pouca sensibilidade para as autonomias, mas também para o poder local”, afirmou à agência Lusa.
Marques Mendes falava antes de um almoço com apoiantes na Associação Agrícola da Ilha de São Miguel, na Ribeira Grande, momento integrado na agenda da visita à maior ilha açoriana.
Tal como tinha feito quando visitou a Madeira a 18 de dezembro, o candidato voltou a prometer que se for eleito Presidente da República vai “instituir um novo mecanismo na relação entre o Estado central e as regiões autónomas”.
“É um mecanismo novo, inovador, inédito, que é o Presidente da República reunir periodicamente, regularmente, de modo geral de três em três meses, com os presidentes dos governos regionais dos Açores e da Madeira”, reforçou.
Segundo disse, o objetivo das reuniões regulares é “desbloquear” os problemas existentes nos arquipélagos.
“Para que a relação entre a República e as regiões autónomas flua [de forma] mais clara. Para que os problemas que existem não fiquem na gaveta e possam ser desbloqueados e para que as instituições, a nível nacional e regional, possam ter uma forma de articulação e coordenação muito mais eficaz e eficiente”, explicou.
Marques Mendes reconheceu a necessidade de fazer “pedagogia” sobre a importância das autonomias regionais, que considerou “fundamentais” para a “coesão territorial e social”.
Para o candidato, “mais autonomia regional é maior coesão nacional”.
“Nós só ganhamos, o país todo e não são apenas os Açores, em aprofundar a autonomia para que ela funcione com mais eficácia e com mais poderes das regiões. Não há que ter medo nenhum da autonomia”, defendeu.
As eleições presidenciais estão marcadas para 18 de janeiro de 2026.
Concorrem às presidenciais 11 candidatos, um número recorde.
Os candidatos são Gouveia e Melo, Luís Marques Mendes (apoiado pelo PSD e CDS), António Filipe (apoiado pelo PCP), Catarina Martins (Bloco de Esquerda), António José Seguro (apoiado pelo PS), o pintor Humberto Correia, o sindicalista André Pestana, Jorge Pinto (apoiado pelo Livre), Cotrim Figueiredo (apoiado pela Iniciativa Liberal), André Ventura (apoiado pelo Chega) e o músico Manuel João Vieira.
Esta é a 11.ª eleição, em democracia, desde 1976, para o Presidente da República.
A campanha eleitoral decorre de 04 a 16 de janeiro.
Presidenciais
Mendes alerta para centralismo do Estado e promete reuniões com Açores e Madeira
O candidato presidencial Luís Marques Mendes alertou que o Estado português é “ainda muito centralista” e voltou a prometer instituir reuniões regulares com os governos regionais de Açores e Madeira caso seja eleito
Autor: Lusa/AO Online
