Açoriano Oriental
Manifestação antifascista em Lisboa quer mostrar que “resistência continua nas ruas”

A Frente Unitária Antifascista (FUA) anunciou para o próximo sábado, em Lisboa, uma segunda manifestação contra o "crescimento da extrema-direita" no país, por considerar importante mostrar que "a resistência continua nas ruas".


Autor: AO Online/ Lusa

Em colaboração com outras organizações, esta será a segunda "Mobilização Nacional Antifascista" depois de, a 10 de agosto de 2019, movimentos de extrema-direita terem participado numa conferência nacionalista, o que à data motivou uma contramanifestação, promovida por grupos antifascistas, também em Lisboa.

Em declarações à agência Lusa, Cláudia Machado, Coordenadora da Comissão de Comunicação da FUA, justificou a segunda convocatória com a importância de mostrar que "a resistência continua nas ruas, seja contra os grupos criminosos como o Escudo Identitário, a Hammerskins, a Misantropic Division, bem como outros grupos com as mesmas características, ou contra um partido que conseguiu legalizar-se, aproveitando-se de uma falha na Constituição".

Para além disso, a manifestação antifascista é motivada pela morte de George Floyd, nos Estados Unidos da América acontecimento que, segundo a FUA, com sede em Braga, levou "a que a opinião pública trouxesse de novo o assunto do fascismo, do racismo e do antifascismo a debate".

Num comunicado publicado nas redes sociais, o grupo pede ainda à Assembleia da República (e principalmente a esquerda parlamentar) para avançar com a discussão da petição "Contra conferências neonazis em Portugal e pela ilegalização efetiva de grupos de cariz fascista/racista/neonazis", que recolheu mais de 9 mil assinaturas e foi entregue no parlamento em dezembro do ano passado.

"Esta petição contém milhares de assinaturas de portugueses e portuguesas, que parecem ter mais consciência política e noção do perigo à solta hoje em Portugal, do que os nossos representantes políticos", acusou a organização, que foi ouvida em comissão parlamentar no passado dia 07 de julho e exigiu "medidas concretas" nesta matéria.

À Lusa, Cláudia Machado garantiu que a manifestação está autorizada e que serão cumpridas todas as medidas de segurança sanitária, com a distribuição de máscaras, álcool gel e o controlo da distância entre manifestantes. Foi ainda criado "um grupo de segurança com elementos de vários coletivos participantes desta manifestação" para prevenir eventuais confrontos com grupos ligados à extrema-direita.

"Voltaremos às ruas no dia 25 de Julho de 2020 para deixar claro que não deixaremos que o crescimento das forças mais obscuras que o século XX criou ressurja sem resposta. Estaremos na rua pela defesa da diversidade, da liberdade e da democracia contra os avanços da extrema-direita", vincou o movimento na convocatória da manifestação.

Com o início das férias e a situação sanitária na zona de Lisboa e Vale do Tejo, o movimento espera na manifestação cerca de "uma centena, centena e meia de pessoas".

O início do encontro está marcado para as 15 horas, no Príncipe Real, em Lisboa.

Entre os partidos políticos, o Livre anunciou, nas redes sociais, o apoio à iniciativa, tal como o Movimento Alternativa Socialista (MAS).


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