Açoriano Oriental
Crise/Inflação
Livre defende que pacote é “demasiado pouco” e aponta "oito lacunas"

O deputado único do Livre, Rui Tavares, defendeu que o pacote do Governo para combater a inflação é “demasiado pouco” e vem “demasiado tarde”, apontando oito lacunas às oito medidas anunciadas.

Livre defende que pacote é “demasiado pouco” e aponta "oito lacunas"

Autor: Lusa/AO Online

“Tarde é melhor do que nunca e pouco é melhor do que nada, mas este plano vem demasiado tarde e é demasiado pouco”, anunciou Rui Tavares, na Assembleia da República, em declarações aos jornalistas.

O deputado reagia às medidas aprovadas pelo Governo em Conselho de Ministros extraordinário que visam combater os impactos da inflação e que já foram entretanto promulgadas pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

Tavares enumerou aquelas que considerou serem as “oito lacunas” das oito medidas apresentadas pelo executivo de António Costa, entre elas, “a dimensão do próprio pacote” – com um valor global de 2.400 milhões de euros – que “é 23 vezes menor do que o alemão sendo que a população é oito vezes menor e o PIB [Produto Interno Bruto] 17 vezes menor, está aquém”.

O deputado único lamentou que não tenham sido anunciadas medidas “de vulto” nos transportes públicos, referindo que houve países a avançar com a gratuitidade, e quanto às pensões, disse que a prestação extraordinária prevista “é regressiva”.

“É bem-vinda mas ajuda mais quem já ganha mais se ela fosse valor absoluto em vez de ser em percentagem ajudaria mais os pensionistas mais pobres. (…) Os pensionistas não ganham, em geral, rendimento. Na melhor das hipóteses não perderão se as previsões do Governo em relação à inflação se mantiverem, estiverem certas, mas já estiveram erradas”, salientou.

Rui Tavares continuou, dizendo que “não há nada sobre eficiência energética”, nada de “corajoso” em relação aos lucros extraordinários das empresas e lamentou que o executivo não tenha avançado com um “compromisso adicional no Salário Mínimo Nacional”.

Tavares criticou ainda o facto de não existir, na sua opinião “inovação nas políticas públicas”, argumentando que “momentos de guerra são momentos para pensar de forma diferente”.

No entanto, Tavares disse haver um “reconhecimento” por parte do Governo de que a inflação é um fenómeno estrutural, acrescentando que haverá “caminho a fazer” até ao Orçamento do Estado para 2023, cuja discussão acontecerá em outubro.


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