Autor: Lusa/AO Online
“Tenho esperança de que se repita no continente o que aconteceu na Região Autónoma dos Açores e que a Aliança Democrática volte também ao território de Portugal continental, como aconteceu nos Açores”, declarou Artur Lima aos jornalistas, na ilha de São Jorge, onde está na qualidade de vice-presidente do Governo de coligação PSD-CDS-PPM, a acompanhar a visita oficial do executivo açoriano à ilha.
Artur Lima considerou não ser “surpresa nenhuma” a crise política nacional, decorrente do chumbo do Orçamento do Estado apresentado pelo PS, uma vez que “os partidos já equacionaram este cenário, com o CDS a admitir a hipótese de adiar o seu congresso”, sendo que os órgãos nacionais “vão reunir o Conselho Nacional e decidir ou não pelo adiamento” das eleições do partido.O parlamento ‘chumbou’, na generalidade, o Orçamento do Estado para 2022 (OE2022) com os votos contra do PSD, BE, PCP, CDS-PP, PEV, Chega e IL, abrindo caminho a eleições legislativas antecipadas.
O PS foi o único partido a votar a favor da proposta orçamental, que mereceu as abstenções do PAN e das duas deputadas não-inscritas, Joacine Katar Moreira e Cristina Rodrigues.
Antes da votação, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, já tinha avisado que perante um chumbo do OE2022 iria iniciar "logo, logo, logo a seguir o processo" de dissolução do parlamento e convocação de eleições legislativas antecipadas.
Horas depois, Marcelo reuniu-se com o primeiro-ministro, António Costa, e o presidente do parlamento, Ferro Rodrigues, no Palácio de Belém, em Lisboa.
As legislativas antecipadas têm de se realizar nos 60 dias seguintes à dissolução do parlamento e de ser marcadas nesse mesmo momento, de acordo com o artigo 113.º da Constituição da República Portuguesa.
Para dissolver a Assembleia da República, o Presidente tem de ouvir os partidos parlamentares, o que acontece no sábado, e o Conselho de Estado, que se reúne na quarta-feira.