Autor: Lusa/AO On line
Hoje de manhã, os deputados do PSD têm uma reunião fechada à comunicação social, seguindo-se a apresentação das conclusões das jornadas pelo líder do grupo parlamentar social-democrata, José Pedro Aguiar-Branco.
A intervenção de Manuela Ferreira Leite, que encerra as jornadas parlamentares do PSD, está marcada para as 12:30.
Na segunda-feira, os deputados do PSD ouviram o presidente do grupo Jerónimo Martins, Alexandre Soares dos Santos, falar ao início da tarde sobre a "responsabilidade social da empresa" e terminaram o dia com um jantar-conferência em que participou o bispo do Porto, D. Manuel Clemente.
Soares dos Santos contestou uma eventual subida de impostos para reduzir o défice, contrapondo que Portugal tem de cortar despesa pública e deixar de se endividar, caso contrário corre o risco de ser corrido da União Europeia.
Por outro lado, o presidente do grupo Jerónimo Martins defendeu que os empresários devem aumentar os salários mais baixos e evitar despedimentos.
Soares dos Santos queixou-se ainda dos gastos causados pela legislação sobre fiscalidade, referindo que enviou cartas ao ministro das Finanças sem obter resposta, sustentou que a corrupção "vem sempre de cima" e criticou o BCP por continuar a pagar o salário a Armando Vara: "Isto dá bom exemplo a alguém? Não dá".
Por sua vez, o bispo do Porto citou partes da última encíclica do Papa Bento XVI, uma das quais sobre o conceito de natureza, que associa o respeito pelo "ambiente exterior" ao respeito pela "humanidade de cada um de nós", a começar pela "fisiologia humana".
Depois, aos jornalistas, D. Manuel Clemente considerou que questões como o casamento entre homossexuais "não podem ser resolvidas rapidamente, exigem reflexão", e que um referendo "é uma das hipóteses" para que esse debate aconteça.
As escutas ao primeiro-ministro no âmbito do processo "Face Oculta" também foram assunto nas jornadas parlamentares do PSD.
A esse propósito, Aguiar-Branco disse esperar que o procurador-geral da República tenha tomado a decisão "mais correcta", acusando-o de ter sido insensível aos "ataques de membros do Governo" e exigiu que o ministro da Economia explicasse as declarações que fez.
O professor universitário de direito Paulo Pinto de Albuquerque defendeu que Pinto Monteiro deve esclarecer aos portugueses o teor das conversas do primeiro-ministro.