Açoriano Oriental
Grupo russo garante solução rápida para ferryboat "Atlântida"
A empresa russa RSI Trading, que concorre à reprivatização dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC), garantiu esta segunda-feira poder vender "rapidamente" o ferryboat "Atlântida", caso venha a vencer aquele concurso.
Grupo russo garante solução rápida para ferryboat "Atlântida"

Autor: Lusa/AO online

"Neste momento, existem três a quatro possibilidades de colocação do navio 'Atlântida', caso a nossa proposta venha a ser selecionada", afirmou à agência Lusa Frederico Casal-Ribeiro, representante em Portugal do grupo russo.

A empresa RSI Trading integra a Corporação Financeira da Rússia, do magnata Andrei Kissilov, e na proposta vinculativa de compra dos ENVC contempla a aquisição do navio encomendado pelo Governo Regional dos Açores.

"A nossa proposta de compra dos estaleiros engloba o navio e a colocação está a ser estudada há algum tempo pela equipa comercial que temos na Rússia. É um processo prioritário, para ultrapassar rapidamente", sublinhou Frederico Casal-Ribeiro.

Acrescentou que uma hipótese "forte" tem como destino a Europa.

O ferryboat "Atlântida" está ancorado desde 28 de agosto de 2011 na base naval do Alfeite, em Lisboa, mas, apesar do interesse demonstrado por armadores de vários países, continua sem ter destino, depois de rejeitado pelos Açores em 2009.

Só em manutenção, segundo a administração dos ENVC, o navio representa um custo anual para a empresa pública de 500 mil euros e em seguros cerca de 400 mil euros.

Além disso, os ENVC têm ainda custos anuais, relativos a encargos financeiros com o navio, de 1,3 milhões de euros, o que eleva a fatura total para 2,2 milhões de euros por ano.

O navio tem capacidade para transportar 750 passageiros e 150 viaturas, tendo sido encomendado aos ENVC, por cerca de 50 milhões de euros, pela empresa pública Atlânticoline, detida pelo Governo Regional dos Açores.

Acabou por ser rejeitado em 2009 devido à diferença de cerca de um nó na velocidade máxima contratada.

Através da Atlânticoline, o Governo dos Açores tinha encomendado aos estaleiros de Viana a construção dos navios "Atlântida" e "Anticiclone", que seriam utilizados na operação de transporte marítimo de passageiros entre as ilhas do arquipélago.

Na sequência dessa encomenda, o executivo açoriano já tinha pagado 37,3 milhões de euros quando, em abril de 2009, decidiu rejeitar o navio "Atlântida".

Em dezembro de 2009, as duas empresas públicas chegaram a um acordo que obrigava os ENVC a pagarem 40 milhões de euros, em várias prestações e com o qual passaram a ser proprietários do "Atlântida" e dos blocos de aço que já estavam construídos para o "Anticiclone".

O grupo russo RSI Trading disputa 95 % do capital social dos ENVC diretamente com a empresa brasileira Rio Nave.

O Governo português prevê vender os ENVC até final do ano.

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