Açoriano Oriental
Greve geral leva dezenas de milhares às ruas para condenar política económica do governo
 Dezenas de milhares de manifestantes desfilaram hoje, sob chuva, em várias cidades italianas no quadro de uma greve nacional para condenar a política económica do governo de Silvio Berlusconi face à crise.

Autor: Lusa/AO Online
 Em Bolonha (norte) decorreu a maior manifestação, que reuniu cerca de 200.000 pessoas no centro da cidade, segundo os organizadores.

    "Apesar da chuva, há um clima extraordinário", declarou Guglielmo Epifani, secretário-geral da CGIL, a principal confederação sindical italiana, que convocou a greve geral.

    "Existe demasiado desemprego e demasiadas pessoas em situações precárias, os rendimentos dos empregados são demasiado taxados e nada é feito para ajudar os reformados", lamentou Epifani, congratulando-se, por outro lado, pela adesão à greve, em particular nas fábricas do norte de Itália.

    Cerca de 50 por cento dos operários fizeram greve na principal fábrica da FIAT em Mirafiori, perto de Turim (noroeste), onde os transportes públicos foram muito afectados pela paralisação e 30.000 pessoas participaram numa manifestação, segundo a agência italiana Ansa.

    Em Milão (norte), manifestaram-se 50.000, enquanto em Nápoles (sul) o número de manifestantes foi de 40.000 e em Génova de 10.000, de acordo com a Ansa.

    A confederação sindical suspendeu a convocação da greve nos caminhos de ferro e nos transportes em Roma e Veneza (nordeste) para não aumentar os transtornos causados pelo mau tempo que afecta o país.

    Na capital italiana, várias dezenas de milhares de pessoas, entre as quais estudantes, reformados e operários, desfilaram com cartazes onde se podia ler "Paguem vocês a vossa crise", constatou um fotógrafo da agência noticiosa francesa AFP.

    A manifestação, que recebeu o apoio da oposição, foi a primeira contra o governo Berlusconi desde que a crise financeira tocou o país.

    O governo Berlusconi aprovou no final de Novembro, sem consultar os sindicatos, uma série de medidas anti-crise e estima o seu esforço global em 80 mil milhões de euros em vários anos, mas, segundo a oposição, a utilização da maior parte destes fundos já estava prevista há muito
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