França

Greve contra austeridade enquanto Assembleia debate lei de orçamento

Três sindicatos franceses convocaram um "dia de alerta" contra a austeridade, que teve uma participação limitada, enquanto os deputados continuam a debater o orçamento para 2026 



A manifestação contra a “austeridade orçamental” foi convocada pela Confederação Geral do Trabalho (CGT), a Federação Sindical Unitária (FSU) e o Solidaires.

Para Sophie Binet, secretária-geral da CGT, o principal sindicato de França, este dia de mobilização é um “dia de alerta”.

A dirigente defendeu esta manhã aos microfones da rádio pública francesa ser essencial “manter a mobilização social para poder eliminar todos os horrores que continuam a constar do projeto de orçamento”.

O Ministério da Educação Nacional anunciou uma adesão à greve de 5,27% por parte dos professores.

O setor ferroviário não foi fortemente afetado, registando-se perturbações localizadas no centro e sudoeste do país, enquanto a rede de transportes da região parisiense, habitualmente muito afetada, funcionou quase normalmente.

O Ministério do Interior contabilizou 150 pontos de concentração por toda a França, cujo impacto se manteve, no entanto, limitado.

A poucas semanas do final de 2025, esta manifestação não contou com a adesão dos outros dois principais sindicatos do país (Confederação Francesa Democrática do Trabalho e Força Operária).

Os deputados da Assembleia Nacional francesa estão a debater a segunda leitura do projeto de lei do orçamento, depois de o Senado ter modificado e devolvido o texto.

Contudo, continuam a existir os mesmos pontos de discórdia na Assembleia, nomeadamente sobre a reforma das pensões e o aumento das taxas de saúde.

Maud Brégeon, porta-voz do Governo, anunciou hoje em conferência de imprensa, após um Conselho de Ministros, que este documento "não será nem macronista, nem socialista, nem de direita”.

Na segunda-feira, o primeiro-ministro, Sébastien Lecornu, dirigiu uma carta aos deputados e senadores, na qual afirmava que “o verdadeiro perigo para o país” seria “a ausência de orçamento”.

Na mesma carta, Lecornu sublinhou ainda que seria “ilusório" acreditar que um país pode avançar sem orçamento aprovado.


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