Governo não recebeu carta de pessoas sem teto, mas garante solidariedade

Bolieiro afirmou que o executivo ainda não recebeu a carta aberta das pessoas em situação de sem-abrigo, mas assegurou que encara o apelo “com solidariedade”



O presidente do Governo Regional dos Açores, José Manuel Bolieiro, afirmou que o executivo ainda não recebeu a carta aberta das pessoas em situação de sem-abrigo, embora a mesma já tenha sido divulgada publicamente. Apesar disso, assegurou que encara o apelo “com solidariedade” e sublinhou a preocupação do Governo com a situação de quem vive sem teto na Região.

“Ainda não recebi esta carta que agora já mediaticamente foi dito que me foi dirigida. Não tenho ainda acesso à carta, não tive, mas, independentemente da carta, a realidade é preocupante”, afirmou em declarações à RTP-Açores.

O presidente do Governo dos Açores destacou, no entanto, que a sua “solidariedade, desde que foi autarca, mas também como responsável do Governo Regional, é absoluta”.
Acrescentou que é necessário “criar sinergias, convocar boas vontades para resolver o que ainda não está resolvido” e “contar com a disponibilidade destas pessoas para se integrarem, se reabilitarem e receberem ajuda, no sentido da sua promoção e dignidade”.

“Sou solidário com o clamor e disponível para colaborar nas soluções, envolvendo várias instituições e várias vontades”, afirmou José Manuel Bolieiro, salientando a importância de uma resposta articulada entre diferentes entidades.

Questionado sobre a possibilidade de criação de centros de acolhimento temporário, face à falta de vagas em instituições como a Novo Dia, o presidente do Governo respondeu que o executivo regional fará “o que tecnicamente for o mais adequado”.

“O que corresponda também, obviamente, a garantir o conforto e a boa integração”, realçou, remetendo as soluções concretas “para os técnicos e para o departamento governamental que tem tido essa matéria a seu cuidado”.

Esta semana o Açoriano Oriental noticiou que uma carta aberta, subscrita por 115 pessoas - a maioria a viver na rua, em abrigos de emergência ou em locais altamente precários -, chama a atenção para a situação das pessoas em condição de sem-abrigo em São Miguel.

Atualmente, e segundo apurou o Açoriano Oriental junto da Novo Dia, que tem apoiado as pessoas em situação de sem-abrigo, a recolha de assinaturas ainda está a decorrer. Sem precisar uma data, Hélder Fernandes, diretor técnico da Associação Novo Dia, revelou que a pretensão é enviar a carta às diversas entidades até ao final deste ano.

Recorde-se que esta carta é dirigida ao presidente do Governo Regional, à secretária regional da Solidariedade Social e Saúde e aos presidentes das câmaras municipais de Ponta Delgada, Ribeira Grande, Lagoa e Nordeste. A missiva denuncia o aumento significativo deste fenómeno e alerta para a ausência de condições mínimas de segurança e dignidade, com o inverno prestes a intensificar-se.

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