Açoriano Oriental
Governo dos Açores diz não aceitar que região seja atingida por tarifas adicionais dos EUA

O presidente do Governo dos Açores disse esta sexta feira não poder aceitar que a região seja atingida pelo "fogo cruzado" entre a União Europeia e os Estados Unidos da América e que deverá motivar tarifas adicionais a produtos europeus.

Governo dos Açores diz não aceitar que região seja atingida por tarifas adicionais dos EUA

Autor: AO Online/ Lusa

"Não podemos aceitar que os Açores sejam atingidos por este fogo cruzado entre a UE e os EUA em áreas que nada têm a ver com aquilo que releva para a nossa região, no caso os lacticínios", sublinhou Vasco Cordeiro, falando em Ponta Delgada numa cerimónia de prémios no setor agrícola.

O governante diz que desde maio que o executivo açoriano mobiliza a sua "rede de influência nas instituições políticas" dos EUA, junto da embaixada dos EUA em Portugal e também do Governo da República no sentido de enfrentar uma questão cuja "razão de ser é clara, não tem nada a ver com o setor agrícola, mas atinge o setor dos lacticínios de forma muito direta".

Vasco Cordeiro lembrou a importância deste setor para os Açores, considerando ser este mais um elemento para não fazer sentido a aplicação de taxas adicionais, tendo em conta até "todos os laços" entre o arquipélago e os Estados Unidos.

No início deste mês, a Organização Mundial do Comércio decidiu a favor dos Estados Unidos e autorizou o país a aplicar tarifas adicionais de 7,5 mil milhões de dólares (quase sete mil milhões de euros) a produtos europeus, em retaliação pelas ajudas da UE à fabricante francesa de aeronaves, a Airbus.

A totalidade dos 28 países da UE será afetada pela medida da administração do Presidente Donald Trump, incluindo Portugal, que vê a área dos laticínios particularmente visada na lista do Departamento de Comércio norte-americano.

Na lista de países afetados pelas taxas, que inclui Portugal, são visados produtos como leite, queijos, iogurtes e manteigas (tal como vários derivados e preparados com estes laticínios), serão sujeitos a taxas adicionais de 25%.

Também a carne de porco (incluindo derivados e produtos preservados, como presunto), ameijoas (em recipientes herméticos e conservadas), berbigões e moluscos vários serão alvo de tarifas adicionais de 25%.

Finalmente, na área das frutas, Portugal pertence ao grupo de países que terá vários produtos com taxas aumentadas em 25%, como citrinos (laranjas, limões, tangerinas, clementinas, frescas ou desidratadas), cerejas (secas) e peras (secas ou desidratadas).



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