Açoriano Oriental
Gordon Brown em Washington
Dúvidas sobre o futuro das “relações especiais” entre os Estados Unidos e a Grã-Bretanha poderão dissipar-se quando o Primeiro-Ministro britânico, Gordon Brown, falar quarta-feira ao Congresso norte-americano.
Gordon Brown em Washington

Autor: Lusa/AO Online

Alguns analistas e diplomatas tinham afirmado que o vento de mudança trazido por Barack Obama para Washington iria acabar com as relações privilegiadas que ao longo dos anos - e principalmente durante os oito anos da presidencia de George W. Bush - ligaram a Grã-Bretanha e os Estados Unidos.

O governo de Barack Obama indicou já claramente que, em termos de relações internacionais, as suas prioridades estarão viradas para a Ásia. Ao contrário do que é habitual, a primeira visita ao estrangeiro da Secretária de Estado Hillary Clinton não foi à Europa para conferenciar com os seus tradicionais aliados, mas à Asia. E o primeiro dirigente estrangeiro a visitar a Casa Branca foi o primeiro-ministro japonês Taro Aso.

Mas o convite a Brown é também um indício forte e claro de que, na Europa, será Londres que continuará a ser a capital privilegiada pelos Estados Unidos. Não só Brown é o primeiro dirigente europeu a visitar a Casa Branca após a eleição de Obama, como será tambem o primeiro a proferir um discurso perante as duas Câmaras do Congresso, na presidência de Obama.

O discurso de Brown ao Congresso norte-americano surge quase seis anos após o seu antecessor Tony Blair ter sido ali recebido entusiasticamente, com um discurso constantemente interrompido por salvas de palmas de congressistas em pé.

Embora Brown não deva esperar o mesmo tipo de entusiasmo, entidades oficiais britânicas não escondem, em Washington, a sua satisfação pelo convite.

Sabe-se que a administração Obama ficou particularmente irritada com a relutância de países europeus, como a França, em se comprometerem com mais tropas e material de guerra para o Afeganistão, onde o governo de Obama planeia aumentar consideràvelmente o seu envolvimento militar.

Em Washington houve também desagrado com declarações do presidente Nicolas Sarkozy criticando os planos iniciais dos Estados Unidos para fazer face à crise financeira e económica.

Entidades oficiais norte-americanas afirmaram que as questões económicas e financeiras serão o principal ponto a ser discutido por Barack Obama e Gordon Brown na terça-feira.

Brown e Obama deverão discutir os preparativos para a cimeira económica de Abril em Londres do G-20.

O Afeganistão será outro tópico a ser analisado embora, ironicamente, a Grã-Bretanha tenha já afirmado não estar em posição de enviar mais tropas de combate para esse país.

Sabe-se no entanto que a Grã-Bretanha está disposta a aumentar consideravelmente o seu contributo financeiro em ajuda do governo afegão.

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